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Reformas serão cobradas de Michel Temer em Davos

No fórum, presidente deve responder às dúvidas de empresários; evento começa no dia do julgamento de Lula

Por Jamil Chade e correspondente

GENEBRA - Executivos das maiores empresas do mundo vão cobrar do governo brasileiro, em Davos, respostas sobre as reformas estruturais no País e medidas para garantir que um dos principais destinos de investimentos na ultima década volte a crescer. Mas o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorre no mesmo dia da ofensiva do Palácio do Planalto na Suíça, abre incertezas para os empresários.

Klaus Schwab, fundador do fórum de Davos, diz que é "fundamental"ter Trump para tratar de temas globais Foto: Fabrice Coffrini/AFP

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No dia 24 de janeiro, com uma das maiores delegações dos últimos anos, o Brasil chega à cidade de Davos na esperança de atrair investidores e tentar convencer que a economia está em processo de recuperação. Essa será a primeira vez em quatro anos que um presidente brasileiro participa do Fórum Econômico Mundial e, segundo o Estado apurou, empresários deixaram claro aos organizadores que esperam ouvir de Temer medidas concretas, e não apenas promessas.

O evento, porém, ocorre no mesmo dia do julgamento de Lula. Para Borge Brende, presidente do fórum, a expectativa internacional sobre o Brasil é de que a retomada seja intensificada. Mas admite o clima de incerteza sobre o processo de Lula. “É uma incógnita. Vamos ver”, disse. Em 2010, Davos deu o prêmio de “estadista do ano” a Lula, além de ter colocado como seu copresidente o ex-presidente executivo da Odebrecht Marcelo Odebrecht.

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Para Brende, os sinais emitidos pelo Brasil nos últimos meses são positivos. “Estamos vendo empresas importantes do Brasil voltando a ter um melhor desempenho e investindo, como é o caso da Petrobrás e da Vale”, disse o norueguês ao Estado. “A economia vai crescer e Temer vai compartilhar sua visão sobre como garantir que esse crescimento também seja mais inclusivo.”

Na programação, o fórum colocou na agenda o debate “Moldando a nova narrativa do Brasil”. Além de Temer, o evento contará com João Dória, prefeito de São Paulo; Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco; Candido Botelho Bracher, presidente executivo do Itaú Unibanco; Paul Bulcke, presidente executivo da Nestlé, entre outros.

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“O Brasil é um dos seis países latino-americanos realizando eleições presidenciais em 2018”, indica o programa de Davos. “Quais são os principais conquistas atuais e qual visão tem os líderes regionais e globais para o Brasil no futuro?”, questiona a entidade.

Temer terá encontro com empresários estrangeiros no dia 24. Cuidadosamente agendada, a reunião ocorre pela manhã, antes de qualquer acontecimento relacionado ao julgamento de Lula. Além de Temer, a América Latina terá outros cinco presidentes no evento, que também tratará da crise na Venezuela.

Trump defenderá estratégia política no fórum econômico

O presidente americano, Donald Trump, deve ter papel de destaque no Fórum Econômico Mundial em Davos este ano. Seu discurso marcará o encerramento do evento e Trump promete desembarcar com sete ministros e uma comitiva de dimensões inéditas. 

Ao apresentar o programa do fórum, ontem, os organizadores apontaram que a meta do evento é “encontrar caminhos para reafirmar a cooperação internacional na partilha de interesses cruciais”. Segundo a Casa Branca, porém, Trump vai defender sua política econômica, baseada em medidas protecionistas e deixar claro que sua estratégia “America First” é o que vai nortear sua administração.

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