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'Reversão de políticas do governo poderia levar a downgrade do Brasil', diz diretora do S&P

Lisa Schineller reconhece, contudo, que as investigações fortalecem instituições brasilieras

Por Ricardo Leopoldo e correspondete
Atualização:

NOVA YORK - A reversão de políticas e propostas do governo "poderia levar a downgrade" da nota soberana do Brasil, afirmou em entrevista exclusiva ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real, Lisa Schineller, diretora-executiva de rating soberano da Standard & Poor's. Segundo ela, tal reversão de medidas, sobretudo fiscais, defendidas pela administração Michel Temer poderia se motivada por paralisia política. Lisa destacou que a reforma da Previdência é uma das principais propostas para reverter a dinâmica das contas públicas, junto com a adoção do teto de gastos. Ao ser questionada sobre o risco de os desdobramentos mais recentes da Operação Lava Jato, como a determinação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de abertura de inquérito contra ministros e lideranças políticas no Congresso, afetarem a aprovação da reforma da Previdência Social, Lisa respondeu que "a dinâmica política é fluida". "Não dizemos que vão (ocorrer), mas há riscos associados de que as delações possam complicar a adoção de politicas", acrescentou a diretora da S&P, referindo-se aos depoimentos de dezenas de executivos da Odebrecht aos órgãos de Justiça que investigam casos de suspeita de corrupção envolvendo a Petrobras.

Diretora-executiva daStandard & Poors Foto: REUTERS/Shannon Stapleton

"Os desdobramentos (políticos) são um importante exemplo porque temos a perspectiva negativa para o Brasil", comentou. No dia 10 de fevereiro, a S&P reiterou a nota soberana, que é BB-, com perspectiva negativa. "Há o contraponto positivo, por outro lado, de que as investigações fortalecem as instituições no Brasil", concluiu.

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