PUBLICIDADE

Publicidade

Vale entra no consórcio de Belo Monte

Mas, em fato relevante, mineradora alerta que sua participação ainda está 'sujeita ao cumprimento de determinadas condições'

Por Monica Ciarelli (Broadcast)
Atualização:

A Vale assumirá R$ 2,3 bilhões da obra da hidrelétrica de Belo Monte. Além da participação no financiamento da obra, a mineradora irá aportar diretamente entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões para substituir a Gaia Energia, do grupo Bertin, no consórcio Norte Energia. A participação acionária no grupo será de 9%.No fato relevante distribuído ao mercado no final da tarde de ontem, a mineradora alerta que sua participação ainda está "sujeita ao cumprimento de determinadas condições". O comunicado foi assinado pelo presidente da empresa, Roger Agnelli, que deixa o cargo no próximo mês, depois de uma longa negociação entre os acionistas da Vale, encabeçada pela Previ, fundo de previdência do Banco do Brasil, e Bradesco.A participação em Belo Monte, uma das principais obras do Programa de Aceleração do Investimento (PAC), foi uma das últimas negociações conduzidas por Agnelli. O acordo anunciado ontem, foi fechado por ele no fim do mês passado, ainda em meio à polêmica sobre sua permanência ou não no cargo, como antecipou o Estado.O diretor de Executivo de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, negou que a decisão da empresa de entrar no projeto para a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), tenha como pano de fundo questões políticas. "Pelo lado que for analisado, estamos tranquilos em dizer que essa é uma decisão econômica, que não tem nenhum aspecto político envolvido", disse.Ele lembrou que a Vale já estuda participar do projeto há mais de um ano e meio e argumentou que a mineradora chegou até a participar do leilão de Belo Monte pelo consórcio perdedor.O diretor conta que, com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo grupo Bertin, a Vale teve a oportunidade de voltar a analisar o projeto e decidiu participar. Além disso, enfatizou, a entrada em Belo Monte vai ao encontro da estratégia da companhia de ampliar investimentos em autogeração de energia.Histórico. "Nossa entrada no setor não é nova, não é recente. É só olhar os históricos: temos quase 10 usinas hidrelétricas das quais participamos", afirmou. Além disso, "o projeto também permite que a companhia limpe sua matriz energética e oferece uma rentabilidade dentro dos limites estabelecidos pelos nossos acionistas", disse.A expectativa é de que 75% do projeto sejam financiados e que o orçamento da obra fique em R$ 25,8 bilhões, destacou Martins, ontem, logo depois de a mineradora formalizar sua entrada no consórcio. A Vale pagou à Gaia menos de R$ 5 milhões, referente apenas às despesas correntes feitas pela antecessora no consórcio. Com a entrada em Belo Monte, a Vale pretende elevar dos atuais 45% para 63% a geração de energia da mineradora para consumo próprio.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.