Depois de amargar queda de 0,23% em outubro, as vendas dos supermercados brasileiros tiveram aumento de 5% em termos reais em novembro, sempre em comparação com os mesmos meses de 2015, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Com essa alta, as vendas no acumulado de 11 meses de 2016 aumentaram 1,51%, também descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Como os supermercados registram tradicionalmente maior movimento em dezembro, tudo faz crer que o setor fechará este ano com um crescimento bem mais robusto do que se esperava.
A Abras projetava aumento real de vendas de 1% ou 1,2% este ano, mas seu superintendente, Márcio Milan, considera que o total das vendas superará a previsão. “Muitas pessoas estão deixando as compras para a última hora com o objetivo de aproveitar algumas promoções”, disse ele.
O maior volume de vendas em novembro foi proporcionado pelo pagamento da primeira parcela do 13.º salário, que muitas empresas antecipam. Também influiu no resultado a queda no preço dos alimentos. Muitos consumidores se queixam de que, apesar da desaceleração da inflação, os preços dos alimentos continuam altos. Tem havido queda de preços de produtos básicos nos últimos meses, mas isso não significa que eles tenham voltado aos níveis do fim do ano passado.
Isso é bem demonstrado pelo preço da cesta básica, composta por 35 produtos de amplo consumo, que teve recuo de 0,82% em termos reais em novembro em comparação com outubro deste ano. O preço total da cesta caiu de R$ 484,67 para R$ 480,69. Apesar disso, o preço total da cesta subiu 10,43% na comparação com outubro de 2015. A tendência, porém, é que caia mais em 2017.
Além disso, deve-se observar que há sempre variações sazonais a considerar. Se baixaram os preços do tomate, do feijão e da batata em novembro em comparação com outubro, tiveram alta no período a cebola, o açúcar e o café. É importante notar que, com a queda da inflação, o consumidor já vem sentido um reforço em seu poder de compra, elemento essencial para a retomada da economia.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.