Publicidade

Vendas de veículos no último dia de outubro foram afetadas por manifestações, diz Anfavea

Estimativa é que entre 6 e 9 mil carros deixaram de ser produzidos ou vendidos por causa das manifestações

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)

Os bloqueios de estradas nos atos antidemocráticos realizados por bolsonaristas prejudicaram o resultado das montadoras no mês passado, segundo a Anfavea, entidade que representa o setor. Na terça-feira, 8, ao apresentar o balanço de outubro, a direção da associação afirmou que as paralisações de rodovias comprometeram o abastecimento das fábricas, bem como o acesso de funcionários ao local de trabalho. Além disso, os emplacamentos caíram drasticamente no último dia do mês, quando costuma haver uma corrida das marcas para melhorar o resultado mensal. A estimativa é que entre 6 e 9 mil carros deixaram de ser produzidos ou vendidos por causa das manifestações.

PUBLICIDADE

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, não fossem as manifestações e um feriado (Nossa Senhora Aparecida, no dia 12), a produção de outubro, que acabou ficando um pouco abaixo da de setembro, poderia ter sido recorde no ano. “Algumas fábricas não produziram na normalidade, e faltaram insumos e vendas”, afirmou o executivo.

Conforme números levados pela Anfavea para a coletiva à imprensa, os emplacamentos de veículos caíram para 9 mil unidades no último dia de outubro, bem menos do que os 17 mil do último dia útil de setembro.

Se descontados os dois dias da conta, comparou a Anfavea, outubro mostra ritmo diário de vendas levemente superior (alta de 2,3%) ao de setembro não a queda de 9,2 mil para 9 mil veículos por dia quando se considera os calendários cheios.

“Se mantivéssemos o ritmo normal de produção, teríamos batido o recorde [do ano] em outubro. Produção é difícil de recuperar porque tem o limite das horas trabalhadas, tem a limitação natural”, declarou Leite.

De acordo com o presidente da Anfavea, as entregas voltaram à normalidade com o arrefecimento das manifestações. A crise de fornecimento de componentes eletrônicos, causada pela escassez de semicondutores no mundo, ainda é o maior desafio da indústria, levando a paralisações de algumas horas em três fábricas no mês passado. Apesar disso, disse Leite, a avaliação é de que a situação se tornou “menos crítica e caótica” do que o quadro de meses atrás.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea; manifestações antidemocráticas de bolsonaristas e feriado de Nossa Senhora Aparecida afetaram produção de outubro.  Foto: Divulgação/Anfavea

Com a indústria parando menos, os estoques nos pátios de montadoras e concessionárias subiu, em um mês, de 176,3 mil unidades para 188,9 mil veículos, o maior volume em 29 meses e o suficiente para 31 dias de venda. O presidente da Anfavea considerou que os estoques estão dentro da normalidade, e a tendência é que subam para o padrão em torno de 200 mil veículos.

Publicidade

Questionado sobre a perspectiva de avanço de demandas do setor no governo Lula, que toma posse em janeiro, Leite frisou que vê a mudança com normalidade, já que os órgãos técnicos com quem a entidade costuma interagir normalmente não são afetados. “A questão de governo, vemos com o otimismo de sempre”, afirmou o presidente da Anfavea.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.