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Vinícolas enfrentam falta de garrafas e estoques secam

No Rio Grande do Sul, empresas já começam a fazer melhorias para tentar atrair novos clientes neste ano

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Por Fernando Scheller
Atualização:

A vinícola Luiz Argenta – batizada em homenagem ao pai do sócio Deunir Argenta – está localizada em Flores da Cunha (RS), município da região de Caxias do Sul que fica a cerca de uma hora de carro de Bento Gonçalves. Produzindo vinhos finos, o empresário é exceção em Flores da Cunha: é uma das poucas propriedades que planta uvas viníferas em uma região em que a fabricação de vinhos de mesa é predominante.

Atuando em um nicho bem menor, que representa só 6% do mercado total, Argenta diz ter crescido fortemente em 2020. “Tínhamos um plano de crescimento de cinco anos que previa uma expansão média de 15% a 18% ao ano. Como a Luiz Argenta cresceu 43% no ano passado, acabou que conseguimos atingir o que prevíamos só para dezembro de 2021”, explica.

Parreiras da Luiz Argenta: produção ampliada Foto: Ricardo Barp/Estadão

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A companhia, que fica no centro de Flores da Cunha e possui com um restaurante panorâmico do qual se pode apreciar as parreiras, se encaixa na categoria de “vinícola butique”, em virtude da produção diminuta: no ano passado, foram 180 mil garrafas, entre vinhos e espumantes. As garrafas de Argenta são personalizadas e compradas antecipadamente – por isso, a empresa não sofreu com a falta do insumo. 

Diante do resultado de 2020, Argenta já projeta um crescimento da produção ao adicionar mais 12 hectares à sua lavoura na atual safra, que está em plena fase de colheita. “Eu vou de 42 para quase 55 hectares. Com isso, vou passar das 200 mil garrafas no ano que vem e praticamente dobrar a quantidade de vinhos branco e rosé vendida em 2020. No ano passado, houve falta desses produtos, que esgotaram.”

Garrafas

Na Casa Valduga, a falta de garrafas e de caixas para despachar a produção chegou a afetar as fábricas durante alguns dias. Segundo Jones Valduga, no entanto, o fim do estoque de determinados vinhos foi um fator mais prejudicial do que a questão dos insumos (contando todas as marcas, a família hoje produz 5 milhões de garrafas por ano). “Em um caso, a venda programada para um ano se esgotou em cinco meses”, conta. O empresário concorda com Argenta e diz ver uma boa expectativa de crescimento para brancos, rosés e tintos leves.

Entre os vetores de crescimento da Casa Valduga está o incentivo ao enoturismo, atividade que ajuda a girar a roda da economia de Bento Gonçalves. De olho na retomada das viagens nacionais à medida que a vacinação contra a covid-19 avance, os Valduga estão construindo um novo restaurante e uma nova pousada, que devem ficar prontos em meados de 2021, para as férias de inverno.

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Apesar de ainda incipiente, as marcas da família Valduga também começam a dar os primeiros passos em exportações. Hoje, as vendas para o exterior representam apenas 2% da produção da companhia. No entanto, segundo o empresário, o plano estratégico prevê que, nos próximos essa proporção se amplie para 5% ou 10% do movimento total. 

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