'Até o erro é produtivo', diz aluna da USP sobre métodos ativos de ensino

Métodos desenvolvidos nos Estados Unidos chegam aos poucos às universidades brasileiras

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Por Victor Vieira
Atualização:

Aluna de Engenharia de Produção da USP Lorena, Liliane Takemoto mal havia pisado na universidade quando colegas lhe apresentaram os métodos de aprendizagem e de ensino baseado em projetos. No primeiro ano do curso, a jovem, hoje com 21 anos, já teve o desafio de pensar ações para colocar em prática. "É difícil porque a aula não funciona assim no ensino médio", diz.

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Apesar do estranhamento inicial, o resultado foi melhor do que as notas altas no fim do semestre. Liliane e seu grupo montaram um projeto para melhorar o aproveitamento da água no câmpus, que depois foi aprovado em edital da USP de sustentabilidade e ganhou R$ 50 mil para execução. A aluna e seus cinco colegas passaram a receber uma bolsa de R$ 400 mensais para desenvolver os aparelhos para reúso da água e fazer campanhas de conscientização sobre o tema, com apelo ainda maior por causa da estiagem deste verão.

"Foi uma ótima oportunidade para aplicar conceitos de outras matérias e desenvolver a capacidade de liderança", conta. Segundo ela, a proposta exigiu várias reuniões por semana e o esforço de dividir e organizar as tarefas. "Até o erro é produtivo. Alguns grupos, por exemplo, perceberam que não tiveram sucesso porque faltou foco em um só tema."

Renovação. Para o especialista em ensino superior da Unicamp Renato Pedrosa, o País está atrasado na diversificação de técnicas de ensino. "Para avançarmos neste aspecto é necessário ter respaldo institucional. Não adianta um ou outro professor adotar o método isoladamente", diz. Segundo ele, como o ensino médio brasileiro exige que o aluno tenha perfil menos pró-ativo do que em outros países, também é importante levar em conta as dificuldades dos jovens no processo.

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