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O que você precisa saber para tirar o máximo do seu potencial

Opinião|Zonas Azuis

Em minhas férias recentes, visitei uma amiga em Amsterdam que, no último ano, havia mudado sua vida. Passou a ir de bicicleta para o trabalho, cozinhar a própria comida, passar mais tempo com família, pintar e, dentre outras coisas, fazer yoga.

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Muitíssimo inspirada, voltei para São Paulo pensando que também quero cuidar mais do meu bem estar. E, ainda que não conseguisse implementar tantas mudanças em minha vida, a yoga sim eu queria reintroduzir.

Eis que essa semana me direciono para o estúdio escolhido. Apesar de geralmente preferir ir a pé para aquela região, nesse dia específico optei pelo carro pois teria um compromisso em seguida.  E, qual minha sorte, havia uma vaga na rua.

Só precisaria acessar o aplicativo da Zona Azul e estaria pronta para minha transcendência.

Tento uma vez. Não entra. Tento duas. Qual a senha mesmo? Tento recuperação de senha no email 1. Nada. No 2, tampouco. À medida que os minutos vão passando, começo a ficar ansiosa pois odeio chegar atrasada, ainda numa aula que seria para me acalmar.  Entro e saio do aplicativo mais algumas vezes. Desisto. Dou a volta no quarteirão e pago o estacionamento já com raiva.

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Percebo que demoro para me desconectar de minha irritação e me deixar levar. Xingo a Zona Azul algumas vezes, relembro os tempos do carnê com certo saudosismo e, finalmente, namastê.

Essa foi minha experiência 1 com Zona Azul da semana. Veredito: odeio.

Corta para ontem. Na hora de meu almoço, costumo escolher alguma série para dar uma relaxada. Após uma longa temporada dedicada a documentários de atletas, resolvi escolher o título "Como viver até os 100" da Netflix.

E quem eram as protagonistas do documentário? Elas mesmas! As Zonas Azuis!

Eu já tinha lido a respeito delas antes, então não é que foi uma completa surpresa (ainda assim, super recomendo. Sempre bom lembrar dos elementos que fomentam uma vida boa e longeva).  O que achei curioso a respeito do documentário foi como em pouco tempo, a minha raiva direcionada a "Zonas Azuis" se converteram em um carinho, um apreço.

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Se alimentar de maneira comedida....passar tempo com pessoas queridas...ter propósito para acordar todos os dias (ikigai)...se mexer...tudo isso é mais pertinente do que um sistema de estacionamento teoricamente prático.

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Agora você pode estar pensando...e daí? E o que eu tenho a ver com isso?  Por que isso é relevante?

Bom...talvez para você não seja...mas para mim, essa pequena coincidência me fez conectar com algumas coisas:

  1. Nada nunca é uma coisa só. Se alguém tivesse me escutado falar sobre Zonas Azuis na terça, teria ouvido algo como "Zona Azul é uma farsa. Que raiva. Que ineficiência" e por aí vai.  Ou seja, sempre é necessário entender o contexto para avaliar a afirmação de uma pessoa.
  2. A gente pode mudar de ideia.
  3. Duas coisas aparentemente paradoxais podem ser verdades ao mesmo tempo. Eu amo Zona Azul. Eu odeio Zona Azul. Eu amo você. Eu te odeio.
  4. Por fim, em momentos de crise mundial/regional/pessoal, onde tem tanta coisa difícil acontecendo, achar graça nas coincidências da vida pode ser um jeito de trazer um pouco de leveza para nossos dias ?

Namastê.

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Opinião por Paula Braga
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