Atualizada às 20h00
SÃO PAULO - Professores da rede estadual de São Paulo aprovaram a continuidade da greve em assembleia no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) nesta sexta-feira, 15. A paralisação já dura dois meses e outra assembleia foi agendada para a próxima sexta, 22.
Eles saíram do vão do Masp, onde ocorreu a votação, em passeata em direção à sede da Secretaria da Fazenda para pedir o pagamento dos dias parados na greve. Foi aprovado um trajeto que incluibloqueio de vias centrais da capital, como a Brigadeiro Luís Antonio e aAvenida 23 de Maio.
Por volta das 17h, os manifestantes ocuparam totalmente a Avenida Paulista, no sentido Paraíso. Às 18h, o grupo bloqueou a 23 de Maio, no sentido centro. Em frente à Secretaria da Fazenda, os professores gritavam: "Tem que pagar, paga já!" e "Geraldo, seu trapaceiro, devolve o meu dinheiro!", em referência ao corte de ponto.
Segundo a Polícia Militar, 3 mil manifestantes participam do ato. A Apeoesp fala em 60 mil manifestantes. A PM acompanha o ato com pelo menos 14 motocicletas e seis viaturas, além da tropa de braço.
Reivindicações. O governo estadual cortou o ponto dos professores no holerite de maio e trava uma disputa com a categoria na Justiça pelos descontos. Na última decisão, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, o corte de ponto foi proibido, mas cabe recurso.
Na última reunião da categoria com a Secretaria Estadual de Educação, o governo disse que manterá a política salarial e que deverá apresentar um índice em junho. Também foram reforçadas propostas aos docentes temporários, como aumento do contrato para 3 anos e inclusão em plano médico dos servidores públicos (Iamspe).
O governo considera a greve "extemporânea"e tem afirmado que a adesão é inferior a 10% de toda a rede estadual. Já a Apeoesp fala em 50% de adesão.
Cidade. Os professores da rede municipal de São Paulo também realizaram um ato nesta sexta-feira, na frente da Prefeitura. Cerca de 1,5 mil manifestantes, segundo a PM, estiveram no protesto, que teve início às 14h e se dispersou por volta das 17h40.
É o segundo protesto da categoria - o último ocorreu no dia 7 de maio. Eles reivindicam reajuste salarial de 25% - a capital ofereceu 10% de aumento em forma de abono, a serem pagos em outubro e incorporados em 2017. A incorporação de 5,5% neste mês, conquistados após a greve de 2014, está garantida, bem como outras duas no próximo ano. A rede não está em greve, mas o sindicato não descarta a possibilidade.