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UNE e Ubes dizem que vão cobrar na Justiça mudança no prazo de inscrição do Sisu

Entidades estudantis querem que provas da redação sejam divulgadas para conferência e correção das notas. Inep reafirma inexistência de erros

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho e Victoria Netto
Atualização:

A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) informaram que entraram nesta terça-feira, 6, na Justiça para que o prazo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) seja estendido. As organizações querem que as provas de redação sejam divulgadas para que eventuais erros na correção sejam identificados e retificados. A organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sustenta não ter havido erro.

Estudantes chegam para realização da prova do ENEM 2020, na unidade do Objetivo, na AV. Paulista, em SãoPaulo. Foto: Taba Benedicto/Estadão

O Sisu é o sistema usado por estudantes de todo o País para ingressar em universidades usando a nota obtida no Enem. O processo seletivo foi iniciado nesta terça-feira e prossegue até a sexta-feira, 9. Diante de relatos de erros na correção, estudantes têm se mobilizado para que uma nova conferência nas notas seja efetuada visando a não prejudicar a seleção para o ensino superior. “Não pedimos nada mais que o direito dos Estudantes de terem acesso às suas correções”, escreveu em uma rede social a UNE. 

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Em resposta aos estudantes, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que coordena o exame, afirmou, em nota, que, entre os dias 1º e 4 de abril, 100% das imagens de redação foram revisadas pelo Consórcio Cesgranrio-FGV, contratado para operacionalizar o Enem. No comunicado, o Instituto reiterou que, diante das averiguações, “as notas apresentadas na Página do Participante correspondem à realidade da nota atribuída pelos corretores dos textos”.

O sistema automático de correção importa a imagem da folha de redação, que passa por um “robô de verificação”. É nesse processo computadorizado que ocorre a leitura de cada campo preenchido pelo estudante por meio do reconhecimento óptico de caracteres (OCR) e do reconhecimento óptico de código de barras (BCR). 

Os mais de 900 candidatos que se sentiram prejudicados pela avaliação, reunidos em grupos de WhatsApp, alegaram que o erro poderia ter ocorrido no sistema e na computação das médias. Mas, de acordo com o Inep, a correção é confiável. “A folha de redação do Enem é personalizada e possui um código de barras atribuído individualmente a cada participante. Também são impressas nela outras informações pessoais vinculadas ao participante, como nome completo, número de inscrição no exame, CPF e data de nascimento”, disse o Instituto na nota. 

A organização também destacou que “os corretores de redação são selecionados em um processo rigoroso” e que os textos dos participantes podem passar por até quatro correções para o cálculo da média final. Ainda segundo o Inep, reclamações em redes sociais e divulgações da imprensa foram verificadas sem que se identificassem divergências.