Candidíase também pode ocorrer na boca

Em 50% dos casos a doença é assintomática. Lesões na forma de placas brancas na mucosa oral e formação de aftas podem ocorrer

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Por Redação
Atualização:
Candidíase gastrintestinal pode ocorrer quando o sistema imunológico da pessoa está enfraquecido Foto: Reprodução

Todos conhecem a candidíase que atinge os órgãos genitais de homens e mulheres, mas há uma variação da doença pouco conhecida, a gastrintestinal. Causada pelo fungo candida albicans, é uma variação que pode ocorrer quando o sistema imunológico da pessoa está enfraquecido. 

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O gastroenterologista do Centro de Gastroenterologia, Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital 9 de Julho, Guilherme Andrade, explica que este fungo habita os órgãos do aparelho digestivo, mas que a doença acontece quando algum desequilíbrio faz com que ele se prolifere exageradamente. 

Segundo o médico a candidíase é mais comum em diabéticos, idosos, pacientes que tomam medicação imunossupressora como portadores de HIV e de doenças autoimunes, transplantados ou que já apresentem alguma imunodeficiência. Quem faz uso muito frequente de antibióticos também está mais suscetível ao problema, pois este tipo de medicamento pode mudar a flora intestinal (matando bactérias saudáveis e responsáveis pelo equilíbrio local), contribuindo para o aumento do fungo. 

Como identificar?

O especialista afirma que é mais comum que a candidíase gastrintestinal se manifeste na boca e no esôfago. Lesões, na forma de placas brancas na mucosa oral, às vezes formando aftas, e pequenas úlceras esofágicas, aftóides com halo avermelhado, em geral recobertas por camada esbranquiçada, podem ser causadas nas partes afetadas.

A dor é o principal sintoma. “Nos casos de candidíase oral, o paciente costuma sentir dor de garganta e dores para mastigar e engolir. Já no caso da esofágica, a pessoa sente dores atrás do peito quando engole. Também pode ocorrer febre baixa no início, mas em até 50% dos casos o paciente não sente nada, mas sofre as lesões”, observa Andrade. 

Para diagnosticar a doença geralmente é feito um exame clínico, em que o médico observa a boca e a garganta com o auxílio de uma espátula. Para descobrir se o esôfago foi afetado, é necessário realizar uma endoscopia digestiva alta, com biópsia. 

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Tratamento

O tratamento consiste em usar antifúngicos para bochechar e, no caso da candidíase esofágica, o paciente recebe medicação via oral por 15 a 21 dias. As pessoas que já apresentam imunidade baixa podem tomar remédio para prevenção. “A taxa de cura é alta, mas o diagnóstico precoce é importante. Algumas vezes, o paciente pode perder bastante peso por não conseguir mais comer e, em casos muito avançados, pode ocorrer o estreitamento do esôfago, fazendo com que a comida não passe mais”, lembra o médico. 

Consultoria: Hospital Nove de Julho

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