Diástase pode ser evitada antes da gravidez ou tratada após o parto; entenda

A cantora Sandy revelou durante entrevista à TV que está 'lutando' contra o estiramento do abdome; mal pode surgir devido à constituição do corpo da grávida e, principalmente, por seus hábitos

PUBLICIDADE

Por Raquel Brandão
Atualização:
"Eu tive diástase, que é quando abre o músculo. Estou até agora lutando no abdominal para ver se a barriga volta totalmente ao lugar, porque ficou um espacinho entre o músculo aqui", contou Sandy Foto: Divulgação

Uma linha 'afundada' que sai da região do peito e vai até, mais ou menos, o umbigo, como se separasse o abdome em dois. Pode soar estranho, mas essa condição, chamada de diástase, é mais comum do que se pensa. Em entrevista àjornalista Fernanda Gentil, no programa Esporte Espetacular,Sandyafirmou que sofreucom o deslocamento dos músculos abdominais . "Eu tive diástase, que é quando abre o músculo. Estou até agora lutando no abdominal para ver se a barriga volta totalmente ao lugar, porque ficou um espacinho entre o músculo aqui", contou a cantora, que está praticando boxe. "Não sei se é porque eu sou muito pequena e ele (o bebê) é grandão..."

PUBLICIDADE

O ginecologista e obstetra Carlos Alberto Politano, diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) explica: "Durante a gravidez existe o estiramento das fibras musculares e o afrouxamento da linha alba. Dependendo da constituição da pessoa ou da atividade muscular que ela teve durante a gestação, essas linhas podem ficar afastadas e formar um espaço que vai de um a três centímetros. Quando a pessoa contrai o abdome aparece um feixe muscular de cada lado".

A diástase está muito relacionada aos hábitos da gestante, até mesmo antes da gravidez. É importante ficar atenta à postura ao andar e ao sentar e, também, ao praticar atividades físicas. "Se a pessoa tem uma musculatura abdominal que foi exercitada no período anterior, essa musculatura tem uma capacidade de extensão maior do que aquela musculatura que não era exercitada", revela o especialista. 

Durante a gestação, a má postura interfere diretamente nos feixes musculares devido à mudança na curvatura da coluna, que é resultante do crescimento do abdome. "Uma gestante que era sedentária antes da gravidez deve inserir uma atividade física no seu dia a dia, ativar a musculatura paravertebral e abdominal e cuidar da postura. Hoje, muitas grávidas trabalham sentadas mexendo no computador e passam horas em posições erradas", afirma o médico."No pré-natal costumamos dizer que há dois pilares para uma gravidez saudável: as atividades físicas e a alimentação", completa.

Na lista de exercícios indicados para as futuras mamães estão: caminhada, hidroginástica,pilates e, até mesmo, academia - caso ela já frequente, e se tiver acompanhamento constante de um profissional especializado em treinamento para gestantes. "É importante buscar atividades que se encaixem na rotina dela", diz o ginecologista.

Já no quesito alimentação, a recomendação do médico é comer a cada três horas e manter uma dieta equilibrada. "Há vinte anos, a gestante vinha ao pré-natal e sua única preocupação era a gestação, não pensava em comer de forma saudável e se hidratar. Tinha-se a ideia de comer por dois. Hoje é diferente. Quando falamos em comer de três em três horas e em menores porções, muitas falam quem vão engordar. Porém, o que engorda é comer só no café, almoço e jantar. O que se precisa ter é uma alimentação equilibrada e é claro que isso vai influenciar na musculatura, pois ela precisa ter uma ingestão proteica balanceada".

Pós gravidez. A diástase começa a se formar durante a gestação, mas, muitas vezes, é depois que ela se evidencia. Segundo Politano, não vale investir numa cinta durante a gravidez, mas depois do parto ela é uma boa opção. "Na gestação, usar a cinta é tapar o sol com a peneira, pois o mais importante é manter uma postura correta para evitar dores. Depois da gravidez, no entanto, é fundamental porque o abdome está flácido e a cinta ajuda a minimizar isso na musculatura".

Publicidade

Caso você perceba que há uma depressão de mais de 1,5 centímetro entre os músculos do abdome, o ideal é buscar ajuda médica para uma cirurgia plástica. Se houver uma diástase pequena - de 1 cm a 1,5 cm - só com os exercícios, o estiramento das fibras musculares acaba ficando imperceptível. "Mas a atividade deve ser feita com o acompanhamento de um fisioterapeuta, porque ele vai saber trabalhar a musculatura reto abdominal", pontua o ginecologista. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.