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Sabor sem veneno

Agricultores urbanos, uni-vos! Curso para quem quer aprender a cultivar na cidade

Por Tania Rabello
Atualização:
Julhiana e Isaque: resgatando o agricultor que há nas populações urbanas Foto: Estadão

A seca continua, a chuva desta sexta-feira, quando escrevo este post, ainda está com cara de pregação de peça do Saci no dia dele, e o Sistema Cantareira vai minguando e virando um mar de lama... E vemos, impotentes, nossas torneiras secarem.

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Em que pese toda a falta de investimento em captação de água por parte do governo Geraldo Alckmin e da Sabesp, outros fatores - sobre os quais nós, urbanóides, temos responsabilidade direta - só contribuem para agravar a situação.

Entre eles, a extrema impermeabilização dos solos da cidade de São Paulo. Num solo impermeável, com toneladas de concreto e asfalto a lhe vedarem, a água, quando vem, não se infiltra e, consequentemente, não alimenta os lençóis freáticos, importantes para a manutenção dos mananciais.

Por isso que, não só para estimular a população a fazer a sua parte, reduzindo as áreas impermeabilizadas da metrópole paulistana, mas também para resgatar no cidadão urbano o contato com a terra e com a tradição de cultivar o próprio alimento - obviamente seguindo os preceitos da agricultura orgânica -, o grupoArboreser (sem o "C", mesmo), do Jaçanã, zona norte da capital, promoveu, em outubro, um curso de agricultura urbana, próprio para quem sempre quis ter um pedacinho de terra para fazer uma horta em espaços mínimos e até em praças públicas.

Dos dias 7 até 30 de outubro, todas terças e quintas-feiras à tarde, um grupo de 15 pessoas se reunia para aprender a plantar, adubar, colher e a consumir o alimento que eles mesmos cultivaram. E também para fazer suaprópria composteira, a partir de baldes comuns. Na composteira, aproveitam-serestos de vegetais consumidos em casa, como cascas de frutas, de ovos, sementes, etc., para que eles se transformem posteriormente em um rico adubo e deixem de ir para o lixo comum.

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Os permacultores Julhiana Costal e Isaque Gomes, do Arboreser, fecharam esta primeira turma e já têm fila para a segunda. Encontrei-me com eles durante o V Festival de Gastronomia Orgânica, realizado no Parque da Água Branca, na zona oeste, onde eles também deram um minicurso sobre agricultura urbana. "Tem gente que não sabe mais que pé de alface dá flor e semente", diz Julhiana. "O que este curso pretende é justamente reconectar as pessoas à produção do próprio alimento", diz. Além disso, aestimular a reabertura de áreas cobertas de concreto na metrópole, reduzindo a impermeabilização do solo, como citado acima.

O curso extensivo de agricultura urbana custa R$ 270 e mais informações e inscrições para turmas futuras podem ser feitas no próprio site do Instituto Arboreser, www.arboreser.eco.br

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