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Arquitetura, decoração e design

Um gnu na parede

Por Natalia Mazzoni
Atualização:

Willian e Naomi Pisnieski decoraram sua casa com elementos inspirados em Wes Anderson, incluindo a cabeça de gnu empalhada

(Foto: Trevor Tondro/NY) Penelope Green/NYT Paige Joost, de 23 anos, gosta da "qualidade estranha, primitiva, mas sombria" que vê nos temas de Wes Anderson, o cineasta fabulista, e adora a paleta de Polaroid lavada com que ele trabalha, que a lembra dos anos 70, um tempo que não conheceu. Estilista, ela gosta de prender objetos, roupas e obras de arte vintage nas paredes de casa para imitar as colagens visuais de Anderson. Paige também faz painéis no Pinterest dedicados aos filmes dele e, para um projeto de encerramento de curso de arte e design, tricotou um elaborado par de calcinhas douradas inspirado nos tons de Moonrise Kingdom, a fábula de 2012 de Anderson. Quando as ofereceu no Etsy, o bazar de artesanato online, elas foram vendidas quase instantaneamente, apesar de seu preço, US$ 150 (cerca de R$ 330). As peças de Paige estão entre centenas de objetos no Etsy inspirados na obra de Anderson, cujo filme mais recente, O Grande Hotel Budapeste], ainda não estreou no Brasil. Alguns dos fãs de Anderson fazem arte e design em homenagem à sua obra; decoram seus lares em tons de Wes Anderson e até se casam em celebrações baseadas em seus filmes favoritos. Para seu casamento em 2011, em Palm Springs, Califórnia, William e Naomi Pisnieski queriam "se sentir na casa dos Excêntricos Tenenbaums", disse Pisnieski, de 36 anos, chefe de pós-produção da Authentic Entertainment, uma companhia de reality show em Los Angeles. "Nós amamos a estética dos filmes, a nostalgia agridoce, os objetos tangíveis. Gostamos da especificidade, da conexão com algo." Na decoração de sua casa, os Pisnieski recorreram também ao cânone ("uma cabeça empalhada de gnu é um objeto precioso", disse Naomi, de 37 anos), buscando ajuda em The Wes Anderson Collection, o livrão de mesa ilustrado de Matt Zoller Seitz dedicado ao estilo do autor, que saiu no ano passado. Taxidermia, arte ruim, os tons da Polaroid: Susan Garbett , de 31 anos, artista plástica que mora no bairro Elysian Valley, em Los Angeles, com o marido, Lane Kneedler, de 37, diretor de programação da American Film Institute, listou os elementos Anderson presentes em sua casa. "Eu amo o universo Wes Anderson, como muitos dos meus amigos", disse ela. "Acho que, para a minha geração, representa a nostalgia de algo que nunca experimentamos." Verdadeiros fanáticos, porém, vão a The Rushmore Academy, a página no Facebook dedicada a Anderson. Dave Weiss, de 41 anos, editor de fotografia em Manhattan e um dos administradores da página, não teve festa temática quando se casou com Katie Harrigan, também de 41, há 10 anos, mas compreende o impulso. "Acho que, ao decorar a casa ou planejar um casamento, há uma real expectativa e desejo de que tudo seja perfeito", disse. "Especialmente agora com o Pinterest e blogs e revistas para tudo, mostrando um leque de opções criativas. Por isso, as pessoas se ligam nos filmes de Wes Anderson, porque seus filmes são a materialização dessa noção de fazer coisas perfeitas." (TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK)

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