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Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

Doação de leite humano cai na quarentena, mas pode salvar vidas

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Por Juliana Carreiro
Atualização:

 

Há muito tempo a ciência já concluiu que o leite materno é o melhor alimento para os bebês. Mas, por diferentes razões, nem todas as mulheres conseguem amamentar seus filhos. As doações de leite humano nasceram para auxiliar essas mães e ajudam a salvar a vida de muitos recém-nascidos, porém, durante a pandemia do novo coronavírus, os volumes doados caíram muito, nos bancos de leite do estado de São Paulo, a queda foi de 60%. Hoje, dia 19 de maio, é o Dia Nacional de Doação de Leite Materno, que tem o objetivo de promover este ato tão importante. 

 

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Para que as mães sintam mais segurança para doar é fundamental informar que as coletas dos bancos podem ser feitas com horário agendado ou mesmo à domicílio e que as equipes adotam todos os cuidados necessários para prevenir a transmissão da Covid-19. Os bebês que recebem o leite doado também estarão seguros, segundo a Secretaria de Saúde do estado, o processo de pasteurização inativa o coronavírus. De acordo com a coordenadora do banco do Hospital Maternidade Leonor Mendes, Andrea Fernandes, em entrevista à Agência Brasil: "Precisamos frisar a importância da doação, principalmente em momentos como este. Independentemente da epidemia, os prematuros continuam nascendo, e o leite humano proporciona vida a esses pequenos". Os benefícios do leite humano já foram abordados em diversos posts deste blog. Hoje vou reunir alguns deles para incentivar a amamentação e a doação de leite. O leite materno:

 

- Diminui a mortalidade infantil

 

De acordo com a agência de notícias da ONU, se todos os bebês fossem amamentados nos seus dois primeiros anos, seria possível salvar a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos no mundo, todos os anos. 

 

- Colabora com a maturação de alguns órgãos

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Alguns órgãos não nascem totalmente prontos e, até o sexto mês de vida, o estômago, o intestino, e os rins do bebê só estão preparados para lidar com as características do leite humano e qualquer outro alimento que for oferecido irá prejudicar suas funções. 

 

- É fundamental para o desenvolvimento cerebral

 

O pico da formação cerebral acontece entre o terceiro trimestre da gestação e o décimo oitavo mês de vida do bebê. Uma amamentação prolongada, até os dois anos, pode prevenir diversos males, entre eles as doenças neurocomportamentais,  como TDAH e autismo.

 

- Pode prevenir o aparecimento de doenças crônicas 

 

Uma mãe que se nutriu bem durante a gravidez e que amamenta o seu filho exclusivamente até os seis meses e, de preferência, até os dois anos, estará atuando na prevenção de doenças metabólicas como obesidade, diabetes tipo 2 e resistência a insulina.

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- Irá colaborar com a introdução de alimentos

 

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O sabor de todos os alimentos que a mulher consome durante a gestação e a amamentação passa para os bebês por meio da placenta e depois pelo leite humano. Portanto, quanto mais ela consumir frutas, verduras e legumes variados, mais familiaridade a criança terá com estes alimentos na hora da introdução alimentar. 

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De acordo com o Ministério da Saúde, cada 300 mililitros (ml) do alimento sustentam, em média, dez recém-nascidos. Toda lactante saudável pode ser doadora de leite e qualquer volume é aceito pelos bancos. Os bebês prematuros começam a nutrição com apenas 1ml de leite, portanto não é preciso ter grande produção de leite para ser doadora. "Se uma mulher conseguir retirar e guardar 10 ml por dia, ao final de dez dias encaminhará ao banco de leite 100 ml, que serão fundamentais para a evolução de muitos bebês", disse a coordenadora do banco do Hospital Leonor, Andrea Fernandes, à Agência Brasil. 

 

De acordo com a Secretaria de Saúde, para doar, basta seguir as normas higiênico-sanitárias de coleta do leite humano, coletar em recipiente de vidro esterilizado, armazenar em congelador por até 15 dias, ligar para o banco mais próximo de sua residência. A lista completa pode ser consultada no site http://www.redeblh.fiocruz.br.

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