PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Um blog com estilo

Estilista Clô Orozco é encontrada morta em Higienópolis

Por Mariana Belley
Atualização:

Barbara Ferreira Santos, de O Estado de S. Paulo - texto atualizado às 20h50.

A estilista Clô Orozco, de 61 anos, foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira, dia 28, em frente ao prédio em que morava, em Higienópolis, no centro de São Paulo. Clô caiu de seu apartamento, localizado no 6º andar do edifício nº 160 da rua Rio de Janeiro. De acordo com a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, a corporação foi acionada às 7h58 e uma moto foi enviada ao local. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado às 8h07 e chegou dois minutos depois. Segundo assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, a estilista faleceu logo após a queda.

O caso foi registrado no 4º Distrito Policial, em Higienópolis. O delegado Dimitrius Coelho Batista foi ao prédio da estilista investigar as causas da morte. Ele informou que a hipótese mais provável é de suicídio. "Não há nenhum ferimento visível que deixe prever a possibilidade de agressão", afirmou. A Polícia Civil disse que Clô morava com o sobrinho, Rafael Ricchetti Fernandes Vitória. Ele e a irmã da estilista, Lygia Narua Gaiaia, que vive na cidade do Rio de Janeiro e estava hospedada há poucos dias em São Paulo, estavam no apartamento no momento do acidente, mas afirmaram não terem visto a estilista cair. O sobrinho relatou, no boletim de ocorrência, que Clô sofria de depressão e de "esquizofrenia paranóide, com quadro delirante, alucinatório, desorganização do pensamento e do comportamento" e já havia tentado se matar duas vezes. Vitória apresentou um laudo do Dr. Franklin Antonio Ribeiro, psiquiatra do Hospital das Clínicas, com o diagnóstico das doenças. O boletim de ocorrência aponta ainda que Lorenz Christian Hubertus Klein, ex-namorado de Clô, foi a última pessoa a falar com ela. Ele foi ao apartamento por volta das 7h e convenceu a empresária a não ir a uma reunião da empresa, pois ela estava "frágil e confusa". Ele deixou o apartamento às 7h15, mas ficou sabendo da morte da estilista por telefone, uma hora depois. Clotilde Maria Orozco de García, conhecida como Clô, é um nome de destaque na moda brasileira. Dona das marcas Huis Clos e Maria Garcia, ela enfrentava problemas financeiros em suas empresas e não desfilou suas coleções nas últimas semanas de moda. Criada em 1977, a Huis Clos conta com aproximadamente 200 funcionários e ocupa uma fábrica no bairro da Barra Funda, em São Paulo, com 3.300m².

PUBLICIDADE

Por meio de comunicado, a assessoria de imprensa da empresa confirmou o falecimento da estilista, mas disse não ter mais detalhes sobre o que aconteceu. " É com grande pesar que comunicamos o falecimento da estilista Clô Orozco na manhã desta quinta-feira, dia 28 de março. Neste momento, é inapropriado falar sobre as causas, pois ainda não temos maiores detalhes. Dividimos este sentimento com a família da estilista e todos que admiravam seu trabalho. Uma perda irreparável. Há mais de 35 anos no mercado, Clô Orozco esteve à frente do grupo Huis Clos, onde seu talento consagrou um estilo único na moda nacional."

/colaborou Mariana Belley e Flávia Guerra

Publicidade

Velório.

O velório de Clô Orozco acontecerá às 9h desta sexta-feira, 29, na fábrica da marca Huis Clos, na Barra Funda. A cerimônia será fechada para parentes e amigos. O sepultamento está marcado para às 12h do mesmo dia, no cemitério do Araçá, em Cerqueira Cesar, São Paulo.

Repercussão.

Paulo Borges diretor e criador da São Paulo Fashion Week

?Era uma pessoa apaixonada por seu ofício, que, nestes quase 40 anos de moda, dedicou-se a desenvolver uma ideia de moda com qualidade, criação, design. Uma joia rara. Pessoa importante. Especial. Muito doce, suave, romântica. É uma perda. Este é um momento delicado em que nós da moda fazemos profundas reflexões sobre o todo. Já estávamos preocupados há bastante tempo. Ela já vinha há alguns anos com várias questões profissionais e problemas de depressão. Ouvi até que o que ocorreu com ela tem a ver com crise. Não acho que devemos dramatizar uma história que é até mais simples e mais complexa ao mesmo tempo, mais humana e delicada. Ela sofria de depressão. É quase infantil e vil associar o momento de crise a isso. O problema o vinha se arrastando há alguns anos. Não é pontual. O que me deixa perplexo é o fato das pessoas tentarem fazer disso uma bandeira. Acho que precisamos refletir. O mundo de fato está feio e chato, em todos os lugares e aspectos. Há patrulhamento, uma visão de mundo que está esquisita. É mais difícil para as pessoas que são mais românticas e delicadas. O mundo está muito indelicado. Muito esquisito.?

Publicidade

Marília Gabriela apresentadora

"Estou em estado de choque. Ela era uma grande amiga, uma parceira, um ser extraordinário, uma criadora, uma artista especial. Sei que todas as lojas estão fechadas. Todos de lá com quem tenho contato estão inacessíveis. Estou aqui, em Milão, tentando mandar mensagens. Eu descobri sem querer ao ver a notícia na internet. Estou arrasada esperando uma notícia."

Amir Slama Estilista

?A roupa que ela fazia era muito especial. De personalidade. Só de olhar a gente já sabia se um modelo criado por ela. Ela construiu uma marca muito forte. E isso é muito difícil de se fazer no Brasil.?

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.