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Morre Abelardo Figueiredo, o rei da noite

Nome de ponta do show biz brasileiro, o produtor teve derrame cerebral

Por Lauro Lisboa Garcia
Atualização:

O produtor, diretor, empresário e figurinista Abelardo Figueiredo morreu ontem às 15 horas, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com falência múltipla dos órgãos, causada por isquemia cerebral. O corpo será cremado hoje no Cemitério de Vila Alpina. Figueiredo tinha 77 anos e foi uma das maiores figuras do show biz brasileiro. Nos palcos e na televisão, lançou e trabalhou com uma infinidade de grandes artistas da música e do teatro, como Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Wilson Simonal, Elizeth Cardoso, Maria Alcina, Pery Ribeiro, Regina Duarte, Fernanda Montenegro, Nicete Bruno e Beatriz Segall, entre outros. Figueiredo nasceu em Niterói em 1931. Inicialmente pensou em seguir carreira diplomática, mas acabou migrando profissionalmente para os palcos. Escreveu seu primeiro texto teatral, Fantasia, aos 17 anos. Pioneiro no teatro musical brasileiro, como produtor e diretor, realizou espetáculos grandiosos. Nos anos 60 montou a revista Skindô, que marcou época. Fez show até na Casa Branca, com Rosemary e Pedrinho Mattar, para o então presidente americano Jimmy Carter, de quem se tornara amigo. Um de seus grandes feitos foi na festa de comemoração do 4º Centenário de São Paulo, em janeiro de 1954. Integrante da comissão organizadora, Figueiredo coordenou o setor de música e balé, que teve cenários criados por artistas como Cândido Portinari e Di Cavalcanti. "Era uma alegria contagiante", lembrou o produtor em 2003, quando se preparava para trabalhar na festa dos 450 anos da cidade. Em São Paulo, Figueiredo ficou conhecido como "o rei da noite", dirigindo casas noturnas famosas como O Urso Branco, O Beco e Palladium, onde o público via shows e dançava. Sua última investida nessa área foi o Studium. "A noite de São Paulo me lembra uma lagarta em constante mutação", disse ao Estado em 1985. Figueiredo também deixou sua marca nas emissoras de televisão Tupi, Excelsior, Record e Bandeirantes, onde trabalhou por 20 anos, realizando musicais de grande sucesso, como Noites de Gala, com Tom Jobim, Chico Anísio e Rubem Braga na equipe de música e texto. Estudou televisão e técnica e produção de espetáculos nos Estados Unidos, onde foi assistente de Jerome Robbins em West Side Story. Em 2008, lançou do livro O Show Não Pode Parar, organizado por sua filha Mônica Figueiredo com a jornalista Helô Machado.

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