A atriz Regina Duarte revelou qual é a maior dificuldade que ela enxerga em sua profissão. Em entrevista ao 'Ofício em Cena', que vai ao ar na GloboNews na terça-feira, 5, a artista afirmou que os primeiros momentos de seus trabalhos são os mais angustiantes.
"Se eu soubesse o sofrimento que é uma estreia, eu não teria sido atriz. É de matar, é horrível, insuportável. Ainda bem que é um dia só, dois, três, depois passa e você começa a se divertir. Mas estrear é horrível", afirmou Regina, que se diz muito rigorosa consigo mesma: "Não posso ficar fazendo o que já fiz e nem menos do que já fiz. Isso é chato porque, como atriz, eu começo a ficar muito limitada".
Depois de aceitar um trabalho, a atriz conta que a primeira leitura de seu papel é livre, já na segunda ela começa a incorporar aspectos da personagem em seu cotidiano. "Eu não consigo mais passar em nenhum lugar sem olhar e dizer 'Essa é ela!', 'Essa não é ela', 'Olha, aquela roupa é dela', 'Gente, essa música é ela'. Tudo é ela, a minha vida se apaga e eu passo a viver em função da personagem", revela.
Apesar de consagrada no meio artístico, Regina não quer parar de atuar para não se deixar ser tomada pela "mesmice". "O que move é sair da solidão, sair dessa coisa da mesmice, da modorrice, da minha vida sem graça, sem sal. Eu quero grandes emoções e não quero a responsabilidade de assumir as consequências dessas emoções", disse a intérprete de Esther Viana em "Sete Vidas", a última novela em que a artista participou.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.