Messi, eleito seis vezes o melhor do mundo, está fora. Cristiano Ronaldo, escolhido em cinco ocasiões, também. Lewandowski, o atual detentor do troféu The Best, idem.
A Liga dos campeões chega à fase de quartas de final sem suas três maiores estrelas.
O argentino não volta mais, visto que o Barcelona foi eliminado. O português também não, pois a Juventus igualmente caiu.
O polonês poderá retornar, se quando estiver curado da delicada contusão sofrida recentemente o Bayern de Munique ainda permanecer na disputa.
O fato é que, sem as estrelas, abre-se o caminho para alguém que sempre sonhou em ser o melhor do mundo, mas que, aos 29 anos, ainda não passou da condição de coadjuvante.
Um excelente coadjuvante, mas ainda assim alguém que não teve capacidade de ser protagonista.
Refiro-me, claro, a Neymar.
E não temo pela escolha da palavra capacidade para definir por que ele ainda não chegou onde quer, e onde acha que deveria estar.
Talento não falta a Neymar. O problema é que não é só talento que faz os grandes, os inesquecíveis, os melhores.
É preciso mais, muito mais - ou pelo menos algo mais.
Comprometimento, espírito de equipe (verdadeiro, e não os declaratórios e pouco convincentes depoimentos vindos de companheiros de time). É preciso ser parça daqueles com quem divide o campo.
E, sobretudo, é preciso equilíbrio, controle, autocontrole.
Algo que Neymar, vira e mexe, dá mostras de não ter.
Aos 29 anos, Neymar insiste em se comportar como menino.
Menino mimado. Que não gosta de ser contrariado. Que não aceita ser contrariado.
Um menino que se recusa a crescer.
A culpa não é só dele, claro. Pode ser dividida com os milhões que passam o pano em suas besteiras.
Bobagens que não mudam, são recorrentes.
Mimadinho que é, não percebe ser justamente por isso que é provocado.
Os provocadores sabem que ele vai se descontrolar.
Que vai virar um galinho de briga.
Vai deixar oportunidades passarem.
Como agora, que tem tudo para ser o cara da Liga dos Campeões, pois seus três maiores adversários estão fora de combate.
E os outros dois que surgem como candidatos ainda são novos.
Mbappé, graças a quem o PSG está nas quartas de final (é fato que Neymar estava mais uma vez contundido), é páreo duro.
Mas Neymar tem obrigação de superá-lo na disputa interna.
Haaland está em um time, o Dortmund, que não deve lhe permitir ir muito longe.
A faca e o queijo estão nas mãos de Neymar.
O duro é acreditar que ele irá amadurecer.