Willian é bom jogador, a despeito da temporada de pouco brilho que teve no Chelsea. E já foi muito útil à seleção brasileira, com sua facilidade em atuar pelos lados do campo e também pelo meio, se preciso for.
De certa forma, foi sacrificado na última Copa do Mundo, com a missão recebida de Tite - ajudar bastante Fagner na marcação, para que Paulinho, que fora de forma não conseguiu completar um jogo sequer na Rússia, pudesse ter mais liberdade ofensiva.
Willian, o Foguetinho de Tite, obedeceu sem chiar, aguentou as críticas com altivez. O treinador, além de admirá-lo por seu futebol, é grato por sua ajuda.
Nem por isso, porém, deveria tê-lo convocado para o lugar de Neymar. Apesar das qualidades e da experiência de Willian, Tite deveria ter aproveitado a oportunidade para dar um passo no trabalho de renovação da seleção brasileira.
Poderia ter chamado Dudu, que seria novato não pela idade (27), mas porque sua relação com a seleção se resume àquele amistoso beneficente com a Colômbia.
Ou Lucas Moura, que nunca se firmou na seleção, mas que, aos 26 anos, terminou a temporada em alta no Tottenham.
Ou, ousadia total, poderia ter chamado Vinícius Junior.
Mas Tite preferiu chamar mais um jogador que já conhece bem, que sabe o retorno que pode lhe dar.
Seu conservadorismo, para não usar uma definição mais pesada, no mínimo atrasa o processo de renovação necessário para a Copa de 2022.
Tite continua querendo ser campeão da Copa América acima de tudo. Parece não confiar no que o presidente da CBF, Rogério Caboclo, já disse e reiterou nos últimos dias: que ele fica no cargo com qualquer resultado na competição.
Por isso, escolheu perder tempo.