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Alemanha desperdiça muitos gols e está eliminada da Copa pela segunda vez seguida na fase de grupos

Apesar de derrotar a Costa Rica por 4 a 2, a seleção alemã não consegue a classificação pelo saldo de gols

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Por Fábio Hecico
Atualização:

A ajuda da Espanha não veio contra o Japão e a Alemanha está, pela segunda Copa do Mundo seguida, eliminada na primeira fase. Apesar da vitória por 4 a 2 sobre a Costa Rica, as tantas oportunidades desperdiçadas no Al Bayt Stadium, em Al Khor, com duas bolas na trave, acabaram custando caro e a tetracampeã do mundo deixa o Catar por causa do saldo de gols: 6 a 1 para os espanhóis, superados pelos japoneses, primeiros do Grupo E. Já haviam decepcionado na Rússia em 2018, caindo com derrota para a Coreia do Sul.

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Os jogadores alemães, desolados no fim do jogo, sentados no gramado ou com semblante de tristeza, refletiram a frustração. A confiança era na segunda vaga da chave, que aos 10 minutos da partida estava se confirmando quando venciam por 1 a 0, mesmo placar provisório do outro jogo da chave em favor da Espanha. O resultado também acabou lamentado pelos costa-riquenhos, que no momento em que viraram para 2 a 1 também estavam indo às oitavas de final. No fim, ambos acabaram fora e o choro acabou duplo.

O jogo desta quinta-feira contou com o primeiro trio feminino a apitar um jogo de Copa do Mundo em 92 anos de história. A honraria ficou com a francesa Stephanie Frappart, auxiliada pela brasileira Neusa Back e a mexicana Karen Diz Medina. A auxiliar brasileira errou um impedimento no fim, que o VAR corrigiu com gol de Fuüllkrug.

Sem possibilidade de terminar na liderança do Grupo E, a tetracampeã Alemanha veio a campo correndo risco de queda até com vitória. Precisava dos três pontos e de uma ajuda da Espanha contra o Japão para evitar o vexame da eliminação na primeira fase pela segunda Copa do Mundo seguida.

Alemanha consegue golear a Costa depois de susto, mas não se classifica para as oitavas. Foto: Friedemann Vogel / EFE

Depois de fazer história no comando do Bayern de Munique, o técnico Hansi Flick contou com o importante retorno de Leroy Sané, recuperado das dores no joelho, para apostar em quarteto do clube mais vitorioso do futebol alemão. Além do reforço, a aposta de gols estavam, ainda, em Musiala, Gnabry e no experiente Thomas Müller, todos companheiros no time bávaro.

Com o entrosamento a seu favor, os alemães partiram logo para o ataque. Navas salvou a Costa Rica logo com dois minutos, em chute cara a cara de Musiala. Müller, livre, ainda perdeu gol feito antes de o placar ser aberto - cabeceou para fora. Aos 9 minutos, Musiala tocou para Raum cruzar na cabeça de Gnabry. O camisa 10 mandou no cantinho, sem chances para o goleiro. A torcida ainda festejava quando veio a anúncio do gol da Espanha em Doha, para alegria completa.

O drama então deu ar de alívio e tranquilidade para a favorita imprimir seu jogo. E era um massacre da Alemanha, que exagerava em desperdiçar boas chances. Parecia confiar que a qualquer momento faria o segundo gol, o da calmaria total - abrir 2 a 0 serviria para não cair com possível empate dos japoneses.

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Pecando demais nas finalizações, contudo, os tetracampeões por muito pouco não levam o castigo antes do intervalo. Lançamento longo, Raum erra, Rüdiger também falha e a bola sobre para Fuller exigir grande defesa de Neuer.

Hansi Flick não gostou nada do susto e resolveu reforçar a defesa, com entrada do lateral-direito Klostermann. Kimmich, então improvisado, acabou deslocado para o meio. Curiosamente, Luís Fernando Suárez trocou um meia por um volante, mesmo necessitando do empate.

As etapas finais nem bem começaram e eis que o Japão surpreende com dois gols, virando contra os espanhóis. A alegria nas arquibancadas e no banco de reservas voltam ao semblante dos alemães, caindo no saldo de gols após desperdiçar muitos gols no primeiro tempo. Precisavam de sete gols em pouco mais de 35 minutos. Flick, então, abriu de vez o time com mais um atacante em campo. Abriu o time e sofreu o empate, com Tejeda aproveitando o rebote de Neuer, voltando à lanterna.

A motivação agora estava com a Costa Rica, que podia, com mais um gol, não apenas derrubar a tetracampeã Alemanha, como se garantir às oitavas também eliminando a Espanha. Mas a pressão alemã era grande. Musiala acertou a trave duas vezes.

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O improvável, então, aconteceu. Cruzamento para a área e em lance confuso, a bola acaba com desvio do zagueiro Vargas, duas vezes, para superar um perdido Neuer. A festa, então, virou de lado, com os costa-riquenhos indo à loucura. Por três minutos, até Havertz empatar. O jogo virou uma enorme pelada, com muita vontade e nenhuma tática.

Em um fim com os alemães todos no ataque, com sete peças ofensivas, Havertz e Füllkrug (com auxílio do VAR) evitaram o vexame da lanterna ao anotar mais dois gols e quebrar a série de três partidas sem triunfo em Copas, que vinha com derrotas para Coreia do Sul (2018) e Japão, além do 1 a 1 com a Espanha. O resultado não serviu para ninguém e a lamentação foi geral.


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Pela segunda vez consecutiva, a Alemanha cai na fase de grupos da Copa do Mundo. Foto: Martin Meissner / AP

FICHA TÉCNICA

COSTA RICA 2 X 4 ALEMANHA

COSTA RICA - Navas; Fuller (Bennette), Duarte, Waston, Vargas e Oviedo (Contreras); Borges, Tejeda (Wilson), Aguilera (Salas) e Campbell; Venegas (Matarrita). Técnico: Luís Fernando Suárez.

ALEMANHA - Neuer; Kimmich, Sule (Ginter), Rüdiger e Raum (Götze); Gündogan (Füllkrug) e Goretzka (Klostermann); Gnabry, Musiala e Leroy Sané; Thomas Müller (Havertz). Técnico: Hansi Flick.

GOLS - Gnabry, aos 9 minutos do primeiro tempo; Tejeda, aos 13, Neuer (contra), aos 25, Hvertz, aos 28 e aos 39, e FüllKurg do segundo.

ÁRBITRA - Stephanie Frappart (França).

CARTÃO AMARELO - Duarte (Costa Rica).

RENDA - Não disponível.

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PÚBLICO - 67.054 presentes.

LOCAL - Al Bayt Stadium, em Al Khor.

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