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Árbitros brasileiros para a Copa do Mundo colecionaram erros em 2022; relembre

Raphael Claus e Wilton Pereira Sampaio foram os indicados pela Conmebol para representar o continente sul-americano; Brasil também levará cinco auxiliares

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Foto do author Pedro Ramos
Por Pedro Ramos

Raphael Claus e Wilton Pereira Sampaio foram os árbitros escolhidos pela Conmebol para compor a equipe de arbitragem na Copa do Mundo do Catar. Além dos dois, outros cinco auxiliares representarão o País no Mundial deste ano: Bruno Boschilia, Rodrigo Figueiredo, Bruno Pires, Danilo Simon e Neuza Back, a primeira mulher. Nenhum VAR brasileiro foi chamado. Nas duas últimas Copas, o representante brasileiro da arbitragem foi Sandro Meira Ricci. Claus e Sampaio apitaram jogos importantes neste ano, mas colecionaram algumas polêmicas.

Os dois árbitros brasileiros estiveram na Copa América do ano passado e atuaram nas oitavas de final da Copa Libertadores deste ano nos jogos de ida de Vélez Sarsfield x River Plate e Talleres x Colón. Com os times brasileiros em peso no mata-mata da competição, os árbitros não apitaram outras partidas.

O árbitro Raphael Claus será um dos representantes da arbitragem brasileira na Copa do Mundo do Catar. Foto: REUTERS/Sergio Moraes

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A dupla também esteve em campo em quatro partidas das Eliminatórias sul-americanas neste ano. Claus apitou Equador 1x1 Argentina, além de Argentina 1x0 Colômbia. No duelo entre equatorianos e argentinos, contou com ajuda do VAR para marcar um pênalti de Tagliafico, que usou a mão para impedir um chute a gol. Já Wilton apitou jogos de menor apelo, como Venezuela 0x1 Colômbia e Peru 1x1 Equador.

Raphael Claus é considerado o principal árbitro brasileiro pela CBF. Eleito melhor árbitro do Paulistão, ele atuou em 46 jogos em 2022. Claus apitou a finalíssima do Estadual entre Palmeiras e São Paulo e recebeu críticas de jogadores tricolores por confirmar o segundo gol alviverde após um pisão do volante Danilo no atacante Calleri no início da jogada.

Em abril, ele marcou penalidade polêmica em Marcelo Cirino no duelo entre Athletico-PR e Flamengo, na Arena da Baixada, pelo Brasileirão. Em julho, foram duas atuações criticadas. O árbitro paulista viu falta no goleiro Santos e anulou o gol do Avaí na derrota para o Flamengo na Ressacada. Já no duelo entre Botafogo e Atlético-MG, no estádio Nilton Santos, deixou de marcar um pênalti em Ademir no fim do jogo, o que revoltou a diretoria do clube mineiro.

O árbitro Wilton Pereira Sampaio em ação durante a semifinal da Copa do Brasil entre Flamengo e São Paulo. Foto: REUTERS/Sergio Moraes

Wilton Pereira Sampaio, de 40 anos, é um dos árbitros mais experientes do futebol brasileiro, mas já foi criticado por “picotar” os jogos, marcando muitas faltas e atrapalhando o dinamismo das partidas. Ele recebeu várias críticas neste ano. Wilton apitou 43 jogos do futebol sul-americano, incluindo a finalíssima da Copa do Brasil entre Flamengo e Corinthians, no Maracanã. Ele também esteve em jogos importantes, como o duelo entre o rubro-negro carioca e o Palmeiras, no Rio, pelo Brasileirão.

Em abril, foi criticado pelo presidente do Internacional, Alexandre Barcellos, ao ser escalado para apitar o jogo contra o Avaí. O árbitro goiano ficou marcado negativamente pela torcida colorada por sua atuação no duelo entre Inter e Corinthians no Brasileirão de 2020 em que tomou decisões consideradas polêmicas, incluindo a anulação de um gol no último minuto de jogo.

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Já em maio deste ano, foi alvo de críticas do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, que não gostou de sua atuação na partida contra o Atlético-MG.

Eu fico danado porque ele me deu amarelo só porque falei que o lance foi falta, mais nada. Ele veio com essa arrogância toda. Me sinto perseguido pelos árbitros brasileiros, especialmente, por este senhor

Abel Ferreira

No clássico entre Corinthians e São Paulo, também em maio, não viu pênalti de Renato Augusto quando a bola bateu na sua mão dentro da área. Os jogadores do time tricolor reclamaram com o árbitro do lance.

Já na partida decisiva entre Ituano e Vasco para definir o classificado à Série A do Campeonato Brasileiro, no início deste mês, a decisão de marcar pênalti a favor do time carioca em choque do atacante Raniel com o goleiro Jefferson Paulino foi criticada pelo técnico do time paulista. A equipe cruzmaltina venceu por 1 a 0 e carimbou vaga na primeira divisão nacional.

Mudanças na arbitragem brasileira

O futebol brasileiro voltou a sofrer com graves erros de arbitragem em 2022, assim como ocorreu em anos anteriores. A Comissão de Arbitragem da CBF passou por mudanças importantes neste ano com o objetivo de elevar o nível.

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A arbitragem do futebol brasileiro teve que lidar com correções de rota. Em abril, a Comissão de Arbitragem passou a ter um novo presidente. Wilson Seneme assumiu a vaga, após deixar a mesma função na Conmebol, onde esteve por seis anos. Seneme chegou à CBF para preencher oficialmente a lacuna deixada após a saída de Leonardo Gaciba, demitido do cargo em novembro do ano passado, após uma série de episódios polêmicos envolvendo árbitros na reta final do Brasileirão. Ainda em abril, foram oficializados os desligamentos de dez funcionários, que tinham cargos de comando na arbitragem brasileira.

“A gente gostaria que a arbitragem não fosse lembrada após os jogos. A gente gostaria que os outros segmentos do futebol lembrassem dos gols bonitos, das jogadas maravilhosas, e que se falasse pouco da arbitragem. O grande objetivo dos árbitros é influenciar os resultados dos jogos o mínimo possível. Essa é a nossa busca”, declarou Seneme ao Estadão após ser empossado no novo cargo.

Entre junho e julho, o tom das cobranças de jogadores, técnicos e dirigentes subiu e sete árbitros foram afastados pela CBF. Árbitros de todo o Brasil passaram por uma intertemporada no Rio em agosto. Seneme também informou à época que foram criados 840 perfis em plataforma de vídeo e estatísticas para que os árbitros assistam aos lances dos jogos em que atuam, para análises de lances e orientações de instrutores. Mas a arbitragem brasileira continuou colecionando erros graves no segundo semestre. Jogadores, técnicos e presidentes voltaram a criticar árbitros e enviar ofícios à CBF cobrando mudanças.

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