O Corinthians se despediu da Copa do Brasil da pior forma possível, sofrendo uma inacreditável virada: 4 a 1 para o Atlético Mineiro. Poderia ter sido bem diferente porque, além da vitória no jogo da ida por 2 a 0, o time de Mano abriu o placar logo aos 4 minutos. Ou seja: só seria eliminado se sofresse uma virada de quatro gols. Levou - e poderia ter sido de cinco ou seis.
O resultado, surpreendentemente da maneira que aconteceu, instaura uma crise no clube e pode ter peso na decisão da diretoria de continuar ou não com Mano Menezes em 2015 - o contrato dele termina em dezembro. Fora da Copa do Brasil, o time tem ainda remota chance de ser campeão brasileiro.
A última vez que o Corinthians havia sofrido mais de três gols foi no dia 29 de janeiro, na goleada (5 a 1) sofrida para o Santos, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. O jogo que desencadeou uma crise no clube.

Guilherme comemora gol do Atlético-MG sobre o Corinthians Foto: Gustavo Theza/Brazil Photo Press
Nesta quarta-feira, o Corinthians, de fato, mereceu perder. Já no primeiro tempo, só respirou após Vuaden chamar o intervalo. Apesar do 1 a 0 relâmpago, marcado por Guerrero, viveu o melhor e pior cenários do mundo. Sofreu um bombardeio do Galo revigorado com o grito do “eu, acredito” da torcida atleticana. Tardelli, um incansável, Luan e Guilherme sufocaram e atordoaram Cássio.
O Atlético não tinha mesmo outra alternativa. Precisava de quatro gols para se classificar e isso significativa atacar, atacar e atacar. Como? Usando a velocidade e forçando o jogo em duas frentes: as laterais e a bola aérea.
Luan, resvalando na boa, surgiu entre Anderson Martins e Fábio Santos: 1 a 1, aos 23. Oito minutos depois, aos 31, Guilherme chutou e se valeu de um desvio em Felipe para ampliar: 2 a 1. O Corinthians tinha problemas na marcação, do meio de campo para trás e na lateral-direita. Quando roubava (cortava) a bola, não ficava com ela. Na prática, o time de Mano era formado basicamente por Cássio e Guerrero.
A primeira parte do jogo terminou com os jogadores do Corinthians discutindo um com outro e com Mano, ora reclamando com a arbitragem, ora insatisfeito com seu próprio time, incapaz de administrar uma grande vantagem. Malcom, em sua primeira decisão, não conseguia prender a bola na frente - nem driblar um marcador. Por isso foi substituído por Luciano.
Mas o jogo seguiu mais a favor do Atlético, mesmo sem Luan, do que ao Corinthians. Se Guerrero perdeu um gol, a trave salvou Cássio uma vez. Na segunda vez, não. Em um chute de cruzado, Guilherme fez os 3 a 1, aos 29 minutos. O Galo foi para cima. As outras alterações de Mano (Elias e Danilo) não surtiram efeito. A bola não parou no pé do Corinthians.
Aos 41 minutos, veio o golpe fatal. Dátalo cobrou escanteio, Edcarlos desviou e o time mineiro chegou aos 4 a 1. Tardelli, que na terça-feira jogara em Cingapura com a seleção, fez um grande jogo e comemorou. Valeu a pena o sacrifício. O Galo vai enfrentar o Flamengo na semifinal, nos dias 29/10 e 5/11. Já o Corinthians vai levar sua crise a Porto Alegre, domingo, pelo Campeonato Brasil. Será um fim de temporada difícil se o time não reagir e terminar o ano no G-4.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 4 X 1 CORINTHIANS
ATLÉTICO-MG - Victor; Marcos Rocha, Edcarlos, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete (Josué), Dátolo e Guilherme; Luan (Maicosuel), Diego Tardelli (Marion) e Carlos. Técnico - Levir Culpi.
CORINTHIANS - Cássio; Fagner, Felipe, Anderson Martins e Fábio Santos; Guilherme Andrade (Elias), Bruno Henrique, Petros e Renato Augusto (Danilo); Malcom (Luciano) e Guerrero. Técnico - Mano Menezes.
GOLS - Guerrero, aos 4, Luan, aos 23, e Guilherme, aos 31 minutos do primeiro tempo; Guilherme, aos 29, e Edcarlos, aos 42 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO - Leandro Pedro Vouaden (Fifa/RS).
CARTÕES AMARELOS - Jemerson (Atlético-MG) e Guilherme Andrade (Corinthians).
RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.
LOCAL - Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).