PUBLICIDADE

Publicidade

Atlético-MG prevê perda de três pontos no Campeonato Brasileiro por dívida na Fifa

Débito é relativo à compra de Maicosuel junto à Udinese em 2014; presidente pensa em vender itens pessoais para pagar

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O Atlético-MG tem até esta segunda-feira para quitar uma dívida no total de 3.3 milhões de euros (aproximadamente R$ 20 milhões, no cotação atual) com a Udinese pela compra do meiocampista Maicosuel em 2014. Como o débito já está protestado na Fifa, caso não pague, o clube perderá três pontos na próxima edição do Campeonato Brasileiro.

Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG, considera a situação como desesperadora. Segundo o mandatário, o time tinha reservado R$ 9 milhões para pagar, mas com a alta do euro nos últimos dias, o valor ficou acima do que o clube mineiro tinha em caixa.

Sergio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG Foto: Bruno Cantini/ Atlético-MG

PUBLICIDADE

"Eu não tenho perspectiva de fazer o pagamento na segunda-feira. Se eu não fizer, o Atlético vai tomar três pontos na cabeça. Não sei te dizer direito quais os desdobramentos, mas tenho a impressão de que (além de tirarem três pontos), eles fixam um novo prazo, uma nova penalidade esportiva, que eu não sei te dizer qual é, se é outra perda de pontos ou já é rebaixamento. É desesperador, porque me pegou no pior momento, no meio do coronavírus, não tem receita, não tem futebol", afirmou Sette Câmara em entrevista ao blog do Perrone, no portal Uol.

Sette Câmara afirmou ter feito uma proposta para pagar 'oito, nove' parcelas de 200 mil euros (R$ 1,2 milhão), no total de aproximadamente R$ 11 milhões, mas a Fifa teria recusado. "A Fifa foi muito insensível. Num tempo de coronavírus, em que você tem contratos de trabalho sendo suspensos, contratos bancários sendo suspensos ou prorrogados (...) eu fiz uma proposta para a Fifa. Eu disse assim: olha, todas as dívidas que eu encontrei na minha gestão não eram minhas, e eu paguei. Estou pedindo um parcelamento. Não é cano, nem prazo, nem prorrogação, nem nada. Eu preciso de um parcelamento para poder pagar meus funcionários, mas não é o jogador, é o porteiro, o limpador da piscina", reclamou o mandatário, que também relatou não ter conseguido empréstimos bancários.

"Tentei todos os tipos de empréstimo, mas não consegui. Os bancos menores cortaram a cota garantida dos clubes. Os bancos maiores não estão mantendo mais aquele cheque especial com os clubes. Então, secaram todas as fontes. As contas de Tv do estadual já tínhamos recebido antecipadamente. Os patrocínios maiores que eu tenho aqui (BMG e MRV) já tinham pago. Nos patrocínios menores, pediram suspensão ou redução", contou Sette Câmara.

Agora, o presidente atleticano cogita vender itens próprios para pagar. "Tenho até o fim do nosso horário bancário na segunda para fazer o pagamento (da dívida). Esperança de reverter esse quadro? Pouca. Estou tentando aqui, vendo com alguns amigos, tentando complementar o valor, não estou nem dormindo (...) vou tentar alguma coisa na segunda-feira. Se bobear, vou tentar até vender alguma coisa pessoal para tentar pagar", afirmou.

Segundo ele, o clube terá que escolher entre pagar a dívida ou o salário dos funcionários, que já está em atraso. Segundo o site globoesporte.com, o Atlético-MG deve uma folha de pagamento e três de direito de imagem.

Publicidade

A compra de Maicosuel foi feita na gestão anterior à de Sette Câmara, a de Alexandre Kalil, atual prefeito de Belo Horizonte. O jogador custou ao Atlético 3.315.000,00 de euros, parcelados da seguinte forma: três parcelas de 830 mil euros em janeiro e julho de 2015, e em janeiro de 2016; mais uma parcela de 825 mil euros em junho de 2016.

Esta não é a única dívida que o Atlético tem por contratações. O clube deve 58 mil euros (R$ 350 mil) ao Caracas, da Venezuela, por Otero, como parte do mecanismo de solidariedade aos clubes formadores de atletas. Na Fifa, o clube discute as dívidas protestadas pelo Vélez Sarsfield por Lucas Pratto e pelo Junior Barranquilla por Chará. O Osmanlispor da Turquia, e o Banfield, da Argentina, moveram ações para receber os pagamentos por Patric e Cazares, respectivamente.