Os principais pontos turísticos de Paris, como a Avenida Champs-Elysées, foram invadidos na noite desta terça-feira, mas desta vez não por hordas de visitantes, e sim por franceses eufóricos com o desempenho da seleção. Com a vitória dos Bleus sobre a Bélgica por 1 a 0, em São Petersburgo, na Rússia, a França chegou à sua terceira final em 20 anos e enlouqueceu a multidão de torcedores, que promete repetir no domingo a festa de 1998. Nas ruas, a maior presença foi da geração de Kylian Mbappé - os menores de 20 anos que não assistiram o primeiro título no histórico 3 a 0 sobre o Brasil.
A festa nas ruas de Paris teve início no final da tarde, antes mesmos da vitória, quando regiões inteiras da cidade foram fechadas ao trânsito de veículos. Esse foi o caso da principal avenida da cidade, em torno do Arco do Triunfo, onde dezenas de milhares de torcedores de concentraram para assistir a semifinal frente à Bélgica.
Outro grande ponto de concentração foi o largo do Hôtel de Ville, sede do poder na capital, onde telões instalados permitiram que a multidão acompanhasse os 90 minutos do jogo, decidido pela cabeçada do zagueiro Umtiti no início do segundo tempo.
Na Avenida Saint-Michel, próximo à catedral de Notre-Dame, jovens subiram nos tetos de ônibus para festejar o resultado histórico, que repõe a equipe francesa em uma final após a derrota para a Itália em 2006. "A Copa do Mundo de 2018 foi feita para a gente!", comemorou Antoine Dupont, 18 anos, um dos jovens presentes na festa que não conheceram a geração vencedora de 1998.
Aos gritos de "On est en finale!", ou "Nós estamos na final!", os torcedores comemoraram também em bares na capital. Mesmo que o título não esteja assegurado, o otimismo é grande. "O mais duro do caminho já passou, porque no outro lado da tabela a fraqueza não tem tamanho!", entusiasmou-se Michel Lepetit, lembrando a derrota para Portugal na Eurocopa em 2016, na França, quando o país-sede era o favorito ao título naquela decisão. "Salvo novo acidente, a Copa será da França."
Comemorando a vaga na final, mas ainda com um pé atrás, Robert Dumonceaux ficou preocupado com a apresentação na semifinal. "Foi dureza contra a Bélgica. Vai ser necessário nos prepararmos melhor para a final", advertiu.
Longe da celebração nas ruas de Paris, o presidente da França, Emmanuel Macron, também comemorou o resultado. Presente em São Petersburgo, onde acompanhou a semifinal, o chefe de Estado entrou no clima de otimismo. "Estamos na final. Encontro marcado no domingo para conquistar a Copa."
Invicta no Mundial da Rússia, a França chega à sua terceira final agora capitaneada por Didier Deschamps, capitão da seleção de 1998. Das últimas seis Copas do Mundo, em três os Bleus estiveram presentes no jogo decisivo.