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Com gols de sorte, São Paulo avança na Sul-Americana

Mesmo sem jogar um futebol de entusiasmar, time faz 2 a 0 no jogo da volta e chega à fase internacional do torneio

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Por Fernando Faro
Atualização:

Quem esperava show, ficou parcialmente decepcionado. O São Paulo bateu o Criciúma por 2 a 0 no Morumbi jogando um futebol sem brilho, mas ao menos garantiu vaga para a próxima fase da Copa Sul-Americana e agora espera o vencedor de Huachipato e Universidad de Quito, que começam a definir a vaga apenas no dia 11.

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Há dois prismas para se observar o que foi a partida: aquele que olha para o resultado e vê nele o fim que justifica os meios ou então aquele que tenta abordar a fotografia mais ampla e projetar o futuro de acordo com o que se vê no presente.

Para quem escolher a primeira opção, a exibição do São Paulo foi eficiente e cumpriu seu papel de não deixar a zebra passear no gramado do Morumbi. Os 2 a 0 garantiram o Tricolor na próxima fase e espantaram – por ora – o fantasma de cair para um rival nacional de menor expressão, o que virou rotina nos últimos tempos.

"A classificação dá confiança para continuarmos embalados na Copa Sul-Americana e no Campeonato Brasileiro", afirmou Kaká após o fim da partida.

Os adeptos da outra corrente devem ter se questionado onde pode chegar uma equipe que custa R$10 milhões por mês ao clube e alterna altos e baixos que nomes tão gabaritados não podem se dar ao luxo de permitir. O São Paulo mais uma vez deixou a pulga atrás da orelha do mais realista.

A ausência de última hora de Alexandre Pato por conta de uma virose mudou a forma de o time jogar; Osvaldo entrou e deixou a equipe com muita velocidade e pouco raciocínio. Não que o atacante tenha culpa disso - ele, inclusive, foi o melhor do São Paulo -, mas a alteração apenas cristalizou como o time não tem uma forma definida de jogar. Essa metamorfose poderia ser boa se o Tricolor tivesse ao menos um sistema de jogo.

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O jogo foi de uma sonolência ímpar. Um festival de passes errados e de falta de sintonia entre os homens de frente praticamente nada produziram e a construção do placar se deu em dois lances fortuitos: Ronaldo Alves desviou escanteio para o próprio gol e Ganso aproveitou chutão de Toloi para servir Kaká, que contou com a sorte ao ver o rebote de Galatto bater em seus pés e a bola morrer mansa na rede. 

"Tivemos mais oportunidades que o São Paulo, mas em dois vacilos tomamos dois gols. O segundo tempo ficou aberto, disputado, mas não conseguimos a classificação. Agora é focar no Brasileirão, no jogo contra o Corinthians", disse o meia Cleber Santana.

O Criciúma, mais preocupado com a zona de rebaixamento no Brasileiro, tentou lutar com suas débeis armas, mas não encontrava respaldo técnico para ao menos fazer um e levar a decisão para os pênaltis. Ainda assim, rondou perigosamente a área de Rogério Ceni, que em alguns momentos precisou emular Manuel Neuer e sair da área para cortar lançamentos.

A estéril pressão catarinense não funcionou e o Tricolor tampouco melhorou, portanto poucas foram as emoções do duelo, que se arrastou morosamente para o final e deu a vaga ao São Paulo, que certamente precisará jogar mais se quiser realmente brigar pelo título que já foi seu em 2012. Por enquanto, essa ideia é utopia.

FICHA TÉCNICA:

SÃO PAULO 2 X 0 CRICIÚMA

SÃO PAULO - Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Toloi, Edson Silva e Michel Bastos; Denilson, Souza e Ganso; Osvaldo (Reinaldo), Kaká (Boschilia) e Alan Kardec. Técnico - Muricy Ramalho.

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CRICIÚMA - Galatto; Luis Felipe, Alcides, Ronaldo Alves e Giovanni (Ronaldo Mendes); Serginho, João Vitor, Cleber Santana e Wellington Bruno (Souza); Silvinho e Lucca (Rafael Costa). Técnico - Wilson Vaterkemper (interino).

GOLS - Edson Silva, aos 32, e Kaká, aos 40 minutos do primeiro tempo.

ÁRBITRO - Ricardo Marques (Fifa/MG).

CARTÃO AMARELO - Não houve.

RENDA - R$ 243.560,00.

PÚBLICO - 10.140 pagantes.

LOCAL - Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).

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