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Consórcio promete Pacaembu menor, mas com esporte, cultura e entretenimento

Obras devem começar no primeiro semestre de 2020, mas local continuará com suas portas abertas. Mate saudades do Pacaembu pelo olhar do ACERVO do Estadão

Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), assinou na manhã desta segunda-feira contrato de concessão do estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, para a iniciativa privada. O complexo esportivo, composto por uma piscina olímpica, duas quadras de tênis e ginásio poliesportivo, além do estádio de futebol, passará a ser administrado pelo Consórcio Patrimônio SP, vencedor da licitação. No início do mês, a empresa depositou R$ 79,2 milhões dos R$ 115 milhões acordados. O restante será pagos dentro do período de concessão, que é de 35 anos.

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Uma das principais alterações previstas é a demolição do tobogã, arquibancada inaugurada no início da década de 1970. No seu lugar deverá ser erguido um prédio de cinco andares, com 44 mil metros quadrados de área construída. Apesar da assinatura, a demolição é polêmica. A Associação Viva Pacaembu abriu uma ação pedindo a análise pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pelos órgãos de conservação do patrimônio público (Conpresp e Condephaat). A praça Charles Muller e o Museu do Futebol ficaram fora da concessão.

Com a concessão, a prefeitura espera economizar R$ 656 milhões na administração do estádio. "A outorga, valor pago pelo consórcio, foi de R$ 115 milhões. Quando a gente soma o valor que a prefeitura vai deixar de gastar com o Pacaembu e quanto vai arrecadar em ISS, pelos serviços que serão prestados aqui, o investimento do concessionário, a gente chega num montante de R$ 656 milhões de ganhos para a cidade de São Paulo. É um valor vultuoso", afirmou Bruno Covas em entrevista no próprio Pacaembu nesta manhã.

Imagem do projeto de modernização do Pacaembu Foto: Reprodução

As obras de modernização devem começar no primeiro semestre de 2020, com duração prevista de 28 meses. O consórcio prevê entregar o estádio renovado em julho de 2022.De acordo com Mauro Ricardo, secretário municipal de Governo, o uso das áreas do complexo esportivo para atividades continuará gratuito.

O projeto prevê que o novo edifício tenha cafés, restaurantes, lojas, escritórios, espaços multifuncionais e o centro de convenções e eventos, construído no subsolo junto ao novo estacionamento. O térreo terá vista para o gramado e ao boulevard que será criado no local onde hoje fica o estacionamento do clube esportivo. Uma praça pública elevada irá conectar as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis. "Vamos recuperar a vocação original do Pacaembu com esporte, cultura e, agora, também com entretenimento. Será um complexo multifuncional", afirmou Eduardo Barella, líder do consórcio ao Estado. O consórcio informa que o Pacaembu vai continuar recebendo jogos de futebol durante seu processo de transformação. O número mínimo de partidas será de 15 por ano. Em 2019 já foram realizados 46 jogos, a maioria do futebol feminino. A seleção brasileira disputou um torneio amistoso no mês de agosto no estádio.

Pacaembu não poderá ser utilizado pelos clubes paulistas no Brasileirão. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Com a demolição do tobogã, o estádio do Pacaembu deverá ter sua capacidade reduzida de 39 mil para 26 mil lugares. O evento desta segunda-feira contou com a presença de dirigentes dos quatros grandes clubes de São Paulo. "O Pacaembu vai continuar recebendo jogos de futebol. Nossa intenção é aumentar sua utilização nesse sentido", disse Barella. A receita do novo Pacaembu será composta também por shows, eventos, aluguel de espaços e estacionamento.

MATE SAUDADE DO PACAEMBU E SUA HISTÓRIA

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1 - Acervo Estadão - As primeiras informações de sua construção

2 - Acervo Estadão - Era uma vez uma concha acústica

3 - Acervo estadão - 75 anos de Pacaembu

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