O Corinthians enviou na manhã desta quinta-feira ofício para a Federação Paulista de Futebol, Polícia Militar e ao promotor Paulo Castilho alertando que não entrará em campo na decisão do Estadual caso o ônibus da delegação seja alvejado por torcedores do São Paulo na chegada ao Morumbi antes do primeiro jogo da final, domingo, às 16h.
A diretoria do clube quer evitar que se repita os atos de vandalismo do clássico realizado no ano passado, quando o ônibus dos jogadores foi apedrejado quando estava a caminho do Morumbi e um dos vidros foi quebrado. Ninguém saiu ferido. Em 2017 e em 2013, o ônibus do Corinthians também foi danificado por torcedores rivais.
"Nosso intuito é evitar novas agressões", declarou o diretor jurídico do Corinthians, Fábio Trubilhano, ao Estado. "É algo que está ocorrendo. Não se pode admitir em uma sociedade civilizada, em um evento desportivo que acontece para agradar a população, dar alegria se tornar cenário de violência", prosseguiu
O São Paulo ainda não se pronunciou sobre a decisão do Corinthians. A medida foi tomada no dia seguinte ao ônibus do Palmeiras ser apedrejado por torcedores do próprio clube antes do duelo pela Libertadores no Allianz Parque. A chegada dos ônibus das delegações no estádio tem sido motivo de discussão entre quem faz a segurança nos estádios e os clubes.
Trubilhano disse que ainda não dá para dimensionar o que pode acontecer se de fato o Corinthians não entrar em campo. "Se acontecer (a agressão), espero que não aconteça, teria de ser apreciado pelo órgão competente para avaliar e colocar a solução. Já vimos que aconteceu até mesmo de fazer jogos fora do continente. É difícil fazer previsão. Depende da gravidade. Se quebra o vidro e lesiona o jogador será algo muito grave", comentou.
No ano passado, o veículo da delegação do Boca Juniors foi apedrejado quando se dirigia ao estádio do arquirrival River Plate para a decisão da Libertadores. Na ocasião, jogadores do time visitante ficaram feridos, a partida foi adiada por duas vezes e acabou sendo realizada em Madri, no estádio Santiago Bernabéu.
O advogado do Corinthians acredita que o ofício pode ajudar a inibir qualquer tentativa de violência. "Espero que sim. Mesmo aqueles que são agressivos querem assitir ao jogo. Pelo menos é o que entedemos, o senso comum."
Segundo ele, já há uma legislação para combater esse tipo de crime. "Mas o problema é que a Justiça fica refém do cara encapuzado que foge, como estamos reféns da criminalidade. A punição depende de apuração, identificação."