Depois de figurar por 17 rodadas seguidas no G-4, os dois tropeços seguidos, diante de Figueirense e Atlético-PR, fizeram o Corinthians ser ultrapassado por Fluminense, Grêmio e Atlético-MG. A distância é de três pontos para os mineiros, adversários de quarta-feira pela Copa do Brasil, que estão em quarto e somam duas vitórias a mais, o primeiro critério de desempate (12 a 10).
Esta é apenas a quinta derrota corintiana no Brasileirão. Mas a situação de Mano Menezes é cada vez mais complicada no clube pela falta de um esquema tático e a falta de um futebol convincente pelas peças caras e boas que tem. O treinador apenas não deixou o Corinthians, ainda, porque é bancado pelo presidente Mário Gobbi. O dirigente, que trouxe o técnico, viu seus homens de confiança se afastarem justamente por ele nem cogitar a saída de Mano.
Depois de começar o campeonato brigando com o Cruzeiro pelas primeiras posições, falando em título, hoje o Corinthians não embala. Venceu dois jogos seguidos apenas uma vez, mostra um futebol de equipe pequena - ontem passou grande parte apelando para chuveirinhos - e vê a vaga na Libertadores fugindo entre os dedos.
Mano reiterou que não joga o boné. Mas também não explica o que fazer para resgatar o time.
SÓ POSSE DE BOLA
Sem o volante Ralf, suspenso, Mano optou por um meio com quatro jogadores com boa chegada ao ataque: Bruno Henrique, Elias, Petros e Renato Augusto. A ideia era explorar a fase crítica do Atlético-PR, que vinha de três derrotas consecutivas.
A tática agradou até a metade da primeira etapa. Era domínio total da posse de bola paulista e com perigo constante na frente do goleiro Weverton. Mas faltava o mais precioso para um jogo de futebol: transformar o domínio em gol.
Para isso, o ataque corintiano tinha de deixar a timidez de lado e chutar a gol. Justamente o que fazia Mano berrar feito louco na beirada do campo.
Guerrero teve a chance e... furou. Malcom saiu cara a cara e refugou na hora de bater.
De nada adiantava, portanto, ter 65% de posse de bola se faltava o apetite para fazer os gols.
Aos poucos, o Atlético-PR assumiu as rédeas do jogo e movimentou o placar. Elias fez falta infantil em Cléo na área. Pênalti cobrado com precisão pelo atacante e festa em Curitiba.
Atrás do placar, o Corinthians apequenou-se diante de um rival sólido na defesa. Foram 45 minutos desorganizados na busca pelo empate. Todo na base dos chuveirinhos, que não deram em nada.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-PR 1 x 0 CORINTHIANS
ATLÉTICO-PR - Weverton; Sueliton, Gustavo, Cleberson e Natanael; Deivid, Hernani (João Paulo), Marcos Guilherme; Marcelo, Cléo (Mosquito) e Douglas Coutinho (Sidcley); Técnico: Claudinei Oliveira.
CORINTHIANS - Cássio; Fagner, Gil, Anderson Martins e Fábio Santos; Bruno Henrique (Jadson), Elias, Petros (Romero) e Renato Augusto (Danilo); Malcom e Guerrero. Técnico: Mano Menezes.
GOL - Cléo (pênalti), aos 41 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS - Natanael e Hernani (Atlético-PR); Gil (Corinthians).
ÁRBITRO - Marcelo de Lima Henrique (Fifa/RJ).
RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.
LOCAL - Arena da Baixada, em Curitiba (PR).