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Caso Daniel Alves: advogada reforça que vítima não quer indenização, mas sim a prisão do jogador

Ester Garcia López afirma que a denunciante, supostamente agredida sexualmente pelo atleta, a contratou decidida a não aceitar um acordo com a defesa

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Por Redação
Atualização:

A advogada da mulher supostamente estuprada por Daniel Alves reafirmou o desejo da vítima em ver o jogador preso, rechaçando a possibilidade de receber uma indenização pelo caso. Segundo Ester Garcia López, a denunciante de 23 anos deixou claro suas intenções desde o primeiro momento em que a contatou. O atleta está preso preventivamente, sem direito a fiança, no presídio Brians 2, em Barcelona, na Espanha. Ele nega as acusações.

“Ela me disse ‘tenho a sorte de ter boas condições e não quero indenização, quero prisão’”, contou a advogada em entrevista ao site Uol. Ester disse ainda que ela tinha o direito ao dinheiro, mesmo não querendo, mas a vítima permaneceu irredutível. “‘Se tiver dinheiro envolvido, não vou contratar você'”, disse.

Daniel Alves está preso preventivamente por suposta agressão sexual contra mulher em boate na Espanha.  Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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De acordo com a publicação, Ester tem preservado ao máximo a vítima das notícias que saem na imprensa pelo receio de que haja uma pressão midiática e ela desista do processo, aceitando um eventual acordo. Para defender-se, Daniel Alves contratou Cristóbal Martell, advogado que já defendeu Lionel Messi, Barcelona e políticos importantes da Espanha. Miraida Puente Wilson também participa da defesa do atleta.

Ester explica ainda que a prisão preventiva de Daniel Alves se deu por três motivos: a existência de indícios que corroboram a investigação de suposta agressão sexual, como a contundência do depoimento da vítima, enquanto a versão do jogador apresenta diversas contradições; o risco de fuga, por se tratar de alguém com dupla nacionalidade e grande capacidade financeira, o que dificultaria uma eventual extradição; e a preservação da identidade da vítima, evitando uma obstrução à Justiça.

Ainda de acordo com a advogada, a vítima está tomando um coquetel antiviral para evitar contaminação por infecções sexualmente transmissíveis. Ester aponta que sua cliente foi agredida sexualmente pelo jogador sem uso de preservativo. Ela disse ainda que a vítima está muito abalada com a situação e faz uso de ansiolíticos para conseguir dormir.

Entenda o caso Daniel Alves

A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.

A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periodico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.

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A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.

Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa “Y Ahora Sonsoles”, da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.

No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu o ato sexual, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante.

O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.

A defesa de Daniel Alves, encabeçada pelo advogado Cristóbal Martell, tem até terça-feira, 31, para apresentar recurso na 15ª Vara do Barcelona e pedir a soltura provisória do cliente.

O prazo foi estendido para dar tempo à nova equipe de advogados para revisar o caso que eles assumiram nesta quarta-feira no tribunal. O recurso é mais uma etapa de um processo complexo em que a nova defesa do brasileiro tentará redesenhar a estratégia.

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