Quando recuou, decidiu ficar no Palmeiras e avisou que seu ciclo não estava perto de terminar, Dudu indicou que cumpriria seu contrato. No entanto, o ciclo do atacante está, na verdade, próximo de se encerrar. Sabendo disso, ele voltou a conversar com Alexandre Mattos, CEO do Cruzeiro, que manifestou irritação com o jogador quando a negociação melou em junho passado, mas, internamente, manteve o desejo de tê-lo no elenco na próxima temporada.
Não há proposta na mesa, como os 4 milhões de dólares que o Cruzeiro ofereceu há quatro meses por três anos e meio de contrato, mas os cartolas do time mineiro e o empresário de Dudu, André Cury, retomaram as conversas. A intenção do clube de Belo Horizonte é contratar o atacante para a próxima temporada.
Dessa maneira, o atleta de 32 teria de rescindir seu contrato com o Palmeiras, já que seu vínculo vence no fim de 2025 - existe uma cláusula de produtividade que pode ampliar o vínculo até 2026. Palmeiras e Cruzeiro não quiseram comentar a negociação, divulgada inicialmente pelo site Goal.
Dudu não ouviu de Abel Ferreira que o treinador não conta com ele para 2025, mas notou que tem tido cada vez menos espaço no elenco que briga pelo tricampeonato brasileiro. Neste ano, desde que se recuperou de lesão, o atacante atuou em apenas 13 partidas, quase sempre saindo do banco de reservas - foi titular em apenas três partidas. Foram pouco mais de 300 minutos jogados e nenhum gol marcado nem assistência concedida.
Além disso, a presidente Leila Pereira avisou mais de uma vez que, caso seja reeleita, não vai renovar o vínculo do atacante nem alterar “em um centavo” o salário do atleta, um dos mais bem pagos do futebol brasileiro. Portanto, ela não vai colocar obstáculos para o jogador sair.
Pelo contrário, quer facilitar a saída do atleta, que só reviu sua decisão da primeira vez e resolveu permanecer porque foi pressionado por amigos e membros da Mancha Alviverde, a principal organizada ligada ao Palmeiras.
Rejeição da torcida
Dudu pouco joga e continua sendo dono do maior salário do elenco do Palmeiras, que caso viabilize a venda do jogador, fará uma economia significativa sem um dos atletas mais caros do País e com baixo custo benefício. Por outro lado, grande parte da torcida tem a opinião de que foi arranhada, mas se manteve a idolatria do camisa 7, há uma década no clube.
Atrapalha o acordo, porém, a rejeição dos cruzeirenses. Boa parte da torcida se chateou com a recusa de Dudu em se transferir para a equipe mineiro depois de já ter aceitado a proposta. Em nota, o clube chegou a cutucar o atleta ao dizer ter a “obrigação de contar em seu elenco com atletas de palavra, compromissados e leais”.
E nesta sexta, assim que a notícia veio à tona, a Máfia Azul, torcida organizada ligada ao clube, disse “expressar sua insatisfação e completa discordância em relação à possibilidade de contratação do atacante Dudu”, que, segundo a uniformizada, “esnobou” o clube recentemente. A publicação, nas redes sociais, exibe o atleta com nariz de palhaço.
Símbolo da reconstrução do Palmeiras, iniciada em 2015, Dudu conquistou idolatria no Palmeiras com gols, vitórias, títulos e a identificação que criou com a torcida. São 443 jogos, 88 gols, 113 assistências, 260 vitórias, 12 taças, prêmios individuais e vários recordes alcançados com a camisa do clube que escolheu defender em 2015. Ele é o maior campeão pelo clube neste século.
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