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Ídolo no Japão, Alcindo planta soja

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Por Agencia Estado
Atualização:

Alcindo Sartori, 37 anos, teve passagens discretas pelas equipes do futebol brasileiro. Mas foi um grande ídolo no Japão, no início da J. League, lançada em 1993. ?Quem foi rei, nunca perde a majestade. Eu não acreditava muito nessa frase, mas sempre que volto para o Japão percebo que ela é muito verdadeira?, confirma o paranaense Alcindo. O atacante se ?aposentou? em 1999 no CFZ (Clube de Futebol do Zico) e mora no Rio de Janeiro. Sua principal fonte de renda vem de São Miguel do Iguaçu, no Paraná, onde tem uma fazenda de 400 hectares, que é administrada pelo pai Alcides. Planta soja. ?Sou um produtor médio?, diz. O jogador, que já foi bóia-fria na infância, desmente que tenha ficado milionário no Japão: ?Fiz minha independência financeira, mas ganhei menos do que imaginam.? A carreira de Alcindo seguiu paralela a de Zico. ?Eu peguei a fase final do Zico no Flamengo. Foi ele quem me buscou no Grêmio. Sempre nos demos bem. O Zico é um cara de excelente caráter e que merece tudo o que conseguiu?, elogia. Para seu Alcides, o momento mais especial da carreira do filho foi no Grêmio, nas temporadas de 91 e 92. ?Meu pai é um gremista fanático. Meu nome foi homenagem a um atacante do Grêmio da década de 70?, conta o jogador. Alcindo jogou no Corinthians, em 96, mas não guarda boas recordações: ?Estava bem no Japão e recebi convite do Corinthians. Vim, mas Edmundo, Bernardo e Célio Silva se machucaram, o Souza brigou com a diretoria e o Zé Elias foi vendido. O Corinthians não vai bem e a culpa é minha? Depois eu saí e joguei bem no Fluminense.? Uma das atividades de Alcindo, depois da aposentadoria, é acompanhar a carreira do filho Igor, 11 anos, que joga nas categorias menores do CFZ. Alcindo assume a corujice. ?Ele leva jeito, mas não quero forçar nada. O Flamengo queria contratá-lo, mas eu achei um pouco cedo?, desdenha. Ídolo - No Japão, Alcindo ainda é uma celebridade. Não tem mais os cabelos longos, que somados à calvície precoce, lembrava o ?kappa?, uma figura da mitologia nipônica. Mas quando volta ao país para ministrar as escolinhas, é recebido com muita festa. ?As crianças japonesas me adoram?, conta, orgulhoso. O futuro do ex-jogador também está relacionado com a J. League. Alcindo sonha em ganhar um título, mas como treinador de futebol. ?Quero pegar uma equipe tradicional e que nunca ganhou nada, tipo o JEF United ou o Cerezo Osaka, montar o time e ganhar o título. Para mim, o mais importante é o desafio?, conclui o Samurai.

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