Se a intenção do Santos era aproveitar o jogo deste domingo contra o Internacional, na Vila Belmiro, para aprimorar a estratégia que será usada diante do Cruzeiro, pela semifinal da Copa do Brasil, o time deve ter sérias dificuldades na partida de quarta-feira. Ineficiente no ataque e desatento na defesa, o Santos esteve longe de apresentar um bom futebol e perdeu por 2 a 1.
Após esconder a escalação e dar pistas de que iria poupar os seus principais jogadores, Enderson Moreira escalou todos os titulares ontem. Como perdeu o primeiro jogo do Cruzeiro, no Mineirão, por 1 a 0 e precisa vencer por dois gols de diferença, o Santos vai tentar pressionar o adversário desde o início. E ontem foi exatamente assim que o time começou o jogo.
Com 13 minutos, Robinho desperdiçou a chance de abrir o placar após concluir mal boa jogada de Lucas Lima. No minuto seguinte, após cobrança de escanteio, Bruno Uvini acertou o travessão. Na sobra, Gabigol marcou, mas o atacante estava impedido.
O Internacional congestionava o meio de campo e segurava as investidas dos laterais do Santos. O time gaúcho encurtava o campo de jogo e não dava espaço para Robinho e Lucas Lima. Quando recuperava a bola, o Inter saía no contra-ataque, e foi numa jogada de velocidade que o time chegou ao gol. Aos 24, D’Alessandro lançou Aránguiz, que se livrou da marcação e bateu cruzado, sem chance para Aranha.
Em vantagem, o Internacional se fechou ainda mais, dificultando as manobras ofensivas do Santos. Nilmar e Alan Patrik eram os primeiros a dar o combate na saída de bola do Santos. Encurralado entre os zagueiros, Robinho voltava muito para buscar a bola. O Santos tinha mais volume de jogo, mas falhava demais no último passe.
No segundo tempo, o Santos voltou melhor. O veterano Renato entrou no lugar de Alisson e deu nova dinâmica ao meio do campo. O Inter, em contrapartida, praticamente não aparecia no ataque.
Com o controle das ações ofensivas da partida, o Santos deixou de insistir nos cruzamentos à longa distância – como fez no primeiro tempo – para apostar mais nas jogadas de linha de fundo. A mudança de postura da equipe empurrou o Inter para o seu campo de defesa e, aos 17 minutos, veio o merecido empate. Cicinho cruzou pela direita e Gabigol completou para a rede.
O gol fez o Santos crescer na partida e a virada parecia iminente quando, aos 33, Mena deu um passe para trás e na indecisão entre Edu Dracena e Aranha, o goleiro acabou pegando a bola com as mãos. O juiz entendeu que o lateral teve a intenção a recuar a bola para Aranha e marcou falta indireta para o Inter dentro da área. Na cobrança, Aránguiz chutou forte e fez o segundo do Inter.
Caiu como um balde de água fria nos jogadores do Santos. Sem forças para buscar novamente o empate, o time passou a jogar de forma desorganizada. Na base do tudo ou nada, a equipe se lançou ao ataque nos dez minutos finais e ainda desperdiçou lances que até poderiam se transformar em chances claras de gol.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 x 2 INTERNACIONAL
SANTOS - Aranha; Cicinho, Edu Dracena, Bruno Uvini e Mena; Alison (Renato), Arouca e Lucas Lima; Gabriel (Leandro Damião), Robinho e Rildo (Jorge Eduardo).Técnico: Enderson Moreira.
INTERNACIONAL - Alisson; Cláudio Winck, Alan Costa, Ernando e Fabrício; Willians, Aránguiz, Alan Patrick (Matheus Bertolotto), Jorge Henrique e D''Alessandro (Wellington Paulista); Nilmar (Ygor). Técnico: Abel Braga.
GOLS - Aránguiz, aos 24 minutos do primeiro tempo; Gabriel, aos 17, e Aránguiz, aos 36 do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Fabrício, Jorge Henrique, Alan Patrick, Alisson e Aránguiz (Internacional); Edu Dracena e Cicinho (Santos).
ÁRBITRO - Jaílson Macedo de Freitas (BA).
RENDA - R$ 170.950,00.
PÚBLICO - 5.607 pagantes.
LOCAL - Estádio da Vila Belmiro, em Santos (SP).