Estevam Soares foi confirmado na manhã desta terça-feira como o novo técnico do Palmeiras. O treinador - que vai susbtituir Jair Picerni, dispensado após a eliminação do time na Copa do Brasil - será apresentado às 14h30 no Palestra Itália. Estevam estava dirigindo a Ponte Preta até a rodada deste final de semana, e apesar de sua equipe estar bem na tabela de classificação (a Ponte é a 5ª colocada, com o mesmo número de pontos dos quatro que estão acima), resolveu aceitar o desafio de dirigir o Palmeiras. Ontem, antes mesmo de ser anunciado oficialmente, Estevam já falava como treinador do Palmeiras. "O Palmeiras tem tradição e vive sempre em busca de títulos. Mas as conquistas são conseqüências de um amplo planejamento que começa pela diretoria, é executada pela comissão técnica e baseada na atuação dos jogadores. Toda a engrenagem precisa funcionar e, agora, espero ser apenas uma parte deste máquina", disse. O treinador assegura que vem acompanhando o Palmeiras desde o ano passado, com a evolução do time dentro do Campeonato Brasileiro da Série B. "O elenco é excelente e tem condições de brigar por título em qualquer competição que participe. Mas prefiro aguar dar um pouco mais para acompanhar o trabalho no dia-a-dia", comentou. A diretoria não confirma, mas ele vai receber R$ 120 mil de luvas e R$ 40 mil por mês, nada mal para quem ganhava R$ 15 mil na Ponte desde janeiro. A carreira de Estevam Eduardo Soares como treinador começou em 1994 no Primavera de Indaiatuba, disputando a quinta divisão paulista. Então com 37 anos e já sem a mesma mobilidade de antes, Estevão era o zagueiro do time, na época dirigido pelo ex-meia do Santos e São Paulo, Ailton Lira. Como o time não vinha bem, os dirigentes do Primavera resolveram tirar Ailton Lira e aposentar Estevam como jogador, dando a chance dele assumir o comando do time. Ele recuperou o Primavera, que acabou conquistando o título paulista da Série B1-B em 1994. A partir daí a carreira de Estevam Soares começou a decolar como treinador e depois de uma passagem obscura pela Inter de Limeira, em 1995, fez um bom trabalho no ABC-RN e na URT-MG, passando a comandar os aspirantes do Guarani, onde foi campeão em 1998. Já a partir de 1999, foi efetivado como treinador do time Guarani e firmou-se definitivamente na carreira e do Brinco de Ouro passou por times medianos como América-RN e CSA-AL, voltando à Campinas em 2000, justamente para substituir a Marco Aurélio Moreira, que agora faz o caminho inverso e pega o time montado por Estevam Soares. Na Ponte Preta, Estevam Soares fez um ótimo trabalho já no ano 2000, mas acabou dispensado para que a diretoria da Ponte Preta atendesse um pedido da FPF, que colocou Nelsinho Batista no comando do time. Antes de retornar à Ponte Preta, no início desta temporada, Soares passou por vários times como Matonense, Náutico-PE, CRB-AL e Gama-DF e em 2002 teve uma experiência internacional, comandando o Olympic, no Líbano. Montou toda a estrutura para que o time fosse campeão nacional. Prestes a completar 48 anos, Estevam foi um vigoroso zagueiro que jogou em todos os cantos do Brasil, tendo seu melhor momento no São Paulo, onde foi campeão brasileiro em 1977. Revelado pelo Guarani, teve poucas oportunidades com a ca misa bugrina e logo foi cedido para o XV de Jaú. Daí para o São Paulo foi um estágio rápido e depois do Morumbi virou um cigano do futebol, conquistando títulos e quase sempre ostentando a tarja de campeão. Defendeu a Portuguesa, Coritiba-PR, Joinville-SC, Bahia-BA, Sport-PE, Vitória-BA, ABC-RN, Comerc ial, Taquaritinga, Ponte Preta, Sampaio Corrêa-MA, Fluminense-BA e Primavera, onde "pendurou as chuteiras" em 1994.