Após ficar marcado na Copa Libertadores pelos gols marcados nos instantes finais, o Palmeiras provou do próprio veneno da pior forma nesta quarta-feira. Na abertura das oitavas de final, fora de casa, e com o empate na mão o time levou um gol do Barcelona, do Equador, aos 46 minutos do segundo tempo e com a derrota por 1 a 0, começou atrás no confronto.
A cartilha de empatar fora de casa para decidir como mandante na volta norteou a proposta do Palmeiras, em Guayaquil. Embora pudesse ter atacado mais, o time optou por neutralizar o adversário e segurar o placar em 0 a 0. A tarefa estava cumprida até um chute de Álvez passar pelo meio da defesa e entrar no canto. O jogo de volta será dia 9 de agosto, no Allianz Parque.
A grande expectativa do Palmeiras por finalmente retomar a disputa da Libertadores após seis semanas terminou em um jogo pouco atrativo. A partida monótona sem dúvida ficou muito mais ao gosto do time paulista, punido no fim por não ter sido mais ousado e tentado ameaçar mais.
Durante os 90 minutos do tempo regulamentar o Palmeiras se mostrou contente e acomodado com o andamento da partida. O empate sem gols virou uma zona de conforto sem a necessidade de se arriscar mais. Só depois do gol equatoriano a equipe quis acordar. Mas já era tarde demais para reação.
Antes do jogo começar o Palmeiras teve de superar um contratempo de última hora. No dia do jogo o técnico Cuca ficou sem o meia Guerra, um dos destaques da equipe nos últimos jogos. A baixa levou Zé Roberto a ganhar vaga como meia, uma das quatro grandes mudanças do Palmeiras.
O treinador surpreendeu ao optar pelo meia Tchê Tchê na lateral-direita, Luan na zaga e Borja no ataque. Apesar das modificações, o time demonstrou bastante organização e velocidade para anular o rápido ataque do Barcelona.
Os equatorianos não conseguiram tirar proveito do gramado de aspecto ruim e conseguir pressionar no primeiro tempo. A bola se perdia em passes errados e era pouco recuperada pelo Palmeiras. Na única vez em que aproveitou a chance, o time conseguiu contra-ataque concluído por Willian. O goleiro desviou e a bola tocou a trave.
O Barcelona voltou para o segundo tempo menos acomodado e disposto a sufocar em busca do gol. Para essa ambição se concretizar, foram várias armas. Jogadores se atiraram dentro da área para cavar pênalti e os chutes a gol vinham a todo momento, mesmo sem direção.
A postura manteve o Palmeiras recuado. Somente aos 27 minutos da etapa final a equipe conseguiu finalizar, em nova chegada de Willian. Embora pouco ofensivo, o time paulista parecia de acordo com o andamento do jogo, pois conseguia administrar o empate com relativa comodidade.
Nos minutos finais o Palmeiras se agarrou ao resultado com todas as forças. Cada segundo ganho com enrolação passou a cooperar pelo empate, que já estava bem próximo quando o Barcelona marcou. O resultado premiou quem insistiu e quis jogar e puniu quem abdicou de buscar o ataque por estar acomodado com o resultado.
FICHA TÉCNICA
BARCELONA-EQU 1 x 0 PALMEIRAS
BARCELONA-EQU: Banguera, Velasco, Aimar, Arrega e Pineida (Valencia); Minda (Segundo), Oyola e Diaz; Esterilla, Ayoví (Vera) e Álvez. Técnico: Guillermo Almada.
PALMEIRAS: Fernando Prass; Tchê Tchê, Mina, Luan e Juninho; Thiago Santos, Bruno Henrique, Zé Roberto (Róger Guedes); Dudu (Michel Bastos), Willian e Borja (Keno). Técnico: Cuca.
Gols: Álvez, aos 46 minutos do segundo tempo.
Juiz: Patricio Loustau.
Cartões amarelos: Pineida, Zé Roberto, Valencia, Juninho, Tchê Tchê, Díaz.
Público e renda: Não divulgados.
Local: Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil.