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Platini diz que não devolverá relógio da CBF para a Fifa

Decisão de presidente da Uefa abre crise entre dirigentes, que negaram ter recebido o agrado durante a Copa do Mundo no Brasil

Por Jamil Chade - Enviado a Genebra
Atualização:

A exigência da Fifa de que os relógios dados pela CBF a 65 cartolas de todo o mundo sejam devolvidos causam constrangimento e o ex-craque Michel Platini faz um alerta: "eu não devolvo presentes". Na quinta-feira, a entidade anunciou que todos os dirigentes deveriam devolver os presentes que receberam durante a Copa, vindos da CBF, cujo valor acumulado é de R$ 4 milhões. Mas a decisão deixou muitos irritados. Hoje, Platini, vice-presidente da Fifa, criticou a entidade por fazer a exigência apenas três meses depois do incidente e só depois que a imprensa revelou o caso. A CBF confirmou que distribuiu em junho relógios de luxo aos cartolas, alegando que pagou "apenas" R$ 1,6 milhão pelos agrados. A Fifa deu prazo até 24 de outubro para que todos os relógios fossem devolvidos. Platini, porém, se recusou e alertou que vai doar o presente para uma instituição de caridade. "Se o Comitê de Ética da Fifa não estava satisfeito, ele deveria ter nos dito isso há meses no Brasil, quando recebemos os relógios", declarou. "Os dirigentes do Comitê sabiam que tínhamos recebido os relógios porque todos nós recebemos".

Platini deve doar seu presente a alguma instituição de caridade Foto: Salvatore Di Nolfi/AP

O francês disse que já recebeu "muitos relógios" e alertou que "até jornalistas ganham" presentes. Questionado se cumpriria a determinação da Fifa de devolver o produto de US$ 27 mil, Platini se recusou: "eu não devolvo presentes". Ele, porém, não foi o único que se mostrou contrariado. Jim Boyce, outro vice-presidente da Fifa, primeiro negou que tivesse recebido um relógio de luxo na Copa e chegou a bater o telefone na cara dos jornalistas que o indagaram. Dois dias depois, ligou para dizer que havia "encontrado" o produto de luxo. Segundo Boyce, ele só descobriu o relógio na "semana passada" dentro da sacola e prometeu devolver. Outro cartola da Fifa, Michel D'Hooge, também negou inicialmente ter recebido o presente. Mas depois confessou que havia dado à sua filha.