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Quem deve ser o ‘camisa 9′ do Brasil na Copa do Mundo do Catar? Veja números, compare e opine

Richarlison, Gabriel Jesus e Pedro disputam a posição de centroavante titular da equipe de Tite

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Foto do author Rodrigo Sampaio
Por Rodrigo Sampaio
Atualização:

Com a definição dos convocados para a Copa do Mundo do Catar, o torcedor brasileiro já sabe quem serão os jogadores que terão a missão de arrancar o grito de gol dos brasileiros. Apesar da equipe de Tite ter uma espinha dorsal consolidada, com Alisson na meta, Marquinhos e Thiago Silva na dupla de zaga, Casemiro à frente da defesa, e Neymar ditando o ritmo ofensivo, ainda não é certo quem irá ocupar a titularidade na função de centroavante. Entre as opções chamadas para o Mundial, Richarlison, Gabriel Jesus e Pedro vão disputar uma vaga entre os 11 iniciais.

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Tite testou diferentes formações táticas nos amistosos preparatórios realizados às vésperas da Copa. Na goleada por 5 a 1 sobre a Coreia do Sul, o treinador colocou Neymar e Richarlison jogando lado a lado. O atacante do Tottenham deixou o dele logo no começo, enquanto o camisa 10 fez duas vezes de pênalti. Gabriel Jesus entrou no lugar de Richarlison e também marcou.

Contra o Japão, o técnico da seleção usou uma formação bem ofensiva, com quatro jogadores na linha de frente, com Neymar, Lucas Paquetá, Vinícius Júnior e Raphinha, sem um homem de referência. O craque do Paris Saint-Germain, mais uma vez em cobrança de penalidade, garantiu o triunfo no último compromisso do Brasil na Ásia.

Para as partidas contra Gana e Tunísia, Tite voltou a usar um esquema com centroavante e escolheu Richarlison para desempenhar a função. Na vitória por 3 a 0 sobre os ganeses, o atacante jogou com a companhia de Vini Jr. e Raphinha pelos lados, e marcou dois gols. Já contra a seleção tunisiana, o jogador do Tottenham atuou isolado no ataque, tendo que se movimentar mais para ser municiado pelos meio-campistas. O Brasil mostrou grande criatividade no setor ofensivo, com Richarlison e Pedro, saindo do banco, balançando as redes na goleada por 5 a 1.

O voo do ‘pombo’

O insucesso no Mundial da Rússia fez Tite buscar novas alternativas para o ataque da seleção brasileira. Entre os atletas que mais corresponderam está Richarlison, convocado pela primeira vez ainda em 2018, no início do ciclo para a Copa do Catar. Desde então, o atacante revelado pelo América-MG já realizou 38 jogos com a amarelinha, marcando 17 vezes.

Richarlison despontou no futebol brasileiro com a camisa do Fluminense, time que defendeu entre 2016 e 2017, quando foi vendido para o Watford, da Inglaterra. Após temporada iluminada, o jogador foi comprado pelo também inglês Everton, em julho de 2018, sendo chamado por Tite para defender o Brasil poucas semanas depois. Durante o ciclo do Mundial do Catar, o atacante marcou 55 gols em 166 partidas, com uma média de 0,33 por jogo. A conta inclui também os números pelo Tottenham, equipe para a qual o brasileiro se transferiu em junho deste ano.

Porém, vale ressaltar que Richarlison ainda não atuou como centroavante pelo Tottenham. Até lesionar a panturrilha, no dia 15 de outubro, o jogador fazia a função de segundo atacante, com o protagonismo da grande área ficando para Harry Kane, ídolo do clube e atualmente o principal jogador da seleção da Inglaterra. Pela equipe londrina, o brasileiro marcou dois gols em 13 jogos, com um total de 694 minutos em campo.

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Richarlison é um dos principais artilheiros da seleção na Era Tite. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A ‘ressurreição’ de Jesus

Quem entra na concorrência pela titularidade novamente é Gabriel Jesus. O atacante reencontrou o bom futebol no Arsenal, atual líder do Campeonato Inglês, após uma sequência de temporadas como coadjuvante no Manchester City, somando cinco gols e seis assistências em 18 partidas, sendo 15 como titular. A saída do time comandado por Pep Guardiola foi motivada justamente pela vontade do jogador em atuar mais vezes e garantir a sua vaga no Catar, vislumbrando até mesmo a titularidade.

Camisa 9 do Brasil na Copa de 2018, Gabriel Jesus passou o Mundial da Rússia em branco. O jogador revelado nas categorias de base do Palmeiras foi convocado pela primeira vez em 2016, acumulando 19 gols em 56 jogos com a camisa verde-amarela. O gol contra a Coreia do Sul foi o primeiro do atacante pelo Brasil em quase três anos. O último havia sido na final da Copa América de 2019, na vitória por 3 a 1 sobre o Peru.

A média de gols de Gabriel Jesus, somando os jogos por Manchester City e Arsenal após o Mundial da Rússia, é próxima aos números de Richarlison. Foram 201 jogos e 76 gols marcados, com uma média de 0,37 gol por partida. Vale ressaltar, porém, que o jogador vive um incômodo jejum de gols nesta reta final de preparação para a Copa do Catar, com nove jogos sem balançar as redes.

Gabriel Jesus vive um de seus melhores momentos na carreira no Arsenal. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Um 9 como poucos

A ida de Pedro para a Copa do Mundo era pouco provável há um ano, mas o jogador sempre foi acompanhado de perto pela comissão técnica da seleção brasileira, fazendo a sua convocação não ser exatamente uma surpresa. A presença frequente do atleta na seleção olímpica mantinha o centroavante no radar de Tite, mas a ausência do centroavante na conquista do ouro olímpico em Tóquio impediu que o jogador fosse testado contra adversários de maior nível técnico — boa parte da seleção espanhola, prata na Olimpíada, vai estar no Catar.

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A decisão do Flamengo em não liberar Pedro para as Olimpíadas, mesmo com o atacante sendo reserva, tinha fundamento. O atacante, pelo qual o clube carioca pagou por 14 milhões de euros (cerca de R$ 87 milhões na época) para tirá-lo da Fiorentina, foi durante muito tempo um décimo-segundo jogador da equipe. São 70 gols em 163 jogos pela equipe rubro-negra, com média de 0,42 por partida.

O que chama a atenção é que o jogador só virou titular nesta temporada após a lesão de Bruno Henrique. Se levarmos em consideração também os números pelo Fluminense e Fiorentina, são 80 gols em 188 jogos desde o final da Copa da Rússia, ou 94 gols em 217 jogos se somarmos o primeiro semestre de 2018. A média de gols por jogo, em ambas as ocasiões, se mantém igual ao números pelo Flamengo.

Com títulos da Copa do Brasil, da Libertadores e eleito melhor jogador do torneio sulamericano, Pedro chega à Copa do Mundo em grade fase  Foto: Carl Souza/AFP

Outro ponto que justifica a convocação de Pedro é a sua característica em campo. Diferentemente de Richarlison e Gabriel Jesus, o atacante do Flamengo se posiciona com maior frequência dentro da área e possui a cabeçada como uma de suas armas na finalização, possibilitando que Tite o utilize caso precise “empurrar” a defesa adversária para dentro da própria área e ganhe maior possibilidade de gols na bola aérea.

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A seleção brasileira está no Grupo G da Copa do Mundo, com Sérvia, Camarões e Suíça. A estreia do Brasil no Mundial do Catar acontece no dia 24 de novembro, às 16h (horário de Brasília), contra a Sérvia.

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