O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu converter a suspensão de 60 dias do zagueiro Fábio Luciano em uma ação social: o ex-jogador do Corinthians, negociado para o Fenerbahce, da Turquia, vai ter de distribuir mil cestas básicas para poder, finalmente, consolidar a transação. Ele foi punido por ter agredido Fabiano, do Santos, no clássico disputado no Morumbi, em 9 de julho, pelo Campeonato Brasileiro. O presidente do tribunal, Luiz Zveiter, havia suspendido na sexta-feira a transferência de Fábio Luciano. Nesta quarta-feira, deliberou sobre a nova pena, para não prejudicar o atleta. "Fica a lição, mas eu não quero atrapalhar a vida dele e a do clube brasileiro", disse o desembargador. Ele informou que o valor mínimo de cada cesta deve ser de R$ 50. O cálculo foi aleatório. As cestas têm de ser entregues a instituições filantrópicas cadastradas no Programa Fome Zero, do governo federal, que tenham sede no Município de São Paulo. Zveiter lembrou que não existe no Código Brasileiro Disciplinar de Futebol (CBDF) nenhum dispositivo que permita essa conversão. "No Artigo 204 do CBDF, isso até pode ser feito, mas apenas quando o atleta é suspenso por números de jogos e não por prazo", explicou. "Estou tomando a decisão por analogia." De acordo com o presidente do STJD, a atitude deve ser uma prática a partir de agora no tribunal. Ele salientou, porém, que o goleiro corintiano Doni, punido com 40 dias de suspensão, por causa de agressão no mesmo jogo, não vai ter a pena alterada. O advogado do Corinthians, João Zanforlin, havia solicitado ao tribunal que a punição aplicada a Fábio Luciano fosse substituída por multa, o que não foi aceito porque o STJD chegou a conclusão de que o valor, neste caso, seria inferior a R$ 300.
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