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Zico assume arrependimento por trabalhar com a seleção

Técnico do Fenerbahçe assume que escalação do Ronaldo foi decisiva para o time; médico diz que autorizou jogador com base em exames realizados em Paris

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Por Redação
Atualização:

O ex-jogador de futebol e atual técnico do Fenerbahçe, Zico, assumiu no programa Bem, amigos, do Sportv, na noite de segunda-feira que se arrepende de ter trabalhado como coordenador-técnico da seleção brasileira na Copa da França em 1998. Um dos principais motivos é a polêmica escalação de Ronaldo no final do Mundial. "O Ronaldo passou mal, teve a convulsão e às cinco e meia da tarde foi vetado pelo médico. Às 8 horas, ele foi liberado. Quando cheguei no vestiário, estava ele de calção, dizendo que estava bem e iria jogar", contou o ex-jogador, que revelou ainda guardar mágoas de pessoas ligadas à CBF. Ao ser perguntado se o que aconteceu com Ronaldo foi decisivo para o resultado da Copa de 98, Zico admitiu que sim. "Foi decisivo para a seleção. Se tivesse sido na véspera o time se recuperava. O que aconteceu com o Ronaldo abateu o time, porque teve gente que viu. Faltou comando da CBF", relembrou. Acusado como o culpado pela liberação de Ronaldo para a fatídica final da Copa de 98, em que o Brasil perdeu para a França por 3 a 0, Lídio Toledo, ex-médico da seleção brasileira, confirmou a versão de Zico, mas se defendeu. "Foi exatamente isso que aconteceu. Mas o Ronaldo foi examinado por uma junta médica do melhor hospital de Paris que atestou que ele estaria apto a jogar. E ele fez um apelo que queria jogar. Conversei com o Zagalo [técnico da seleção na época] e achamos que era melhor ele entrar em campo mesmo. Tanto que até hoje ele não teve mais nada do gênero." Segundo o médico da seleção no Mundial, a liberação do jogador era inevitável devido ao laudo dado pela junta de médicos franceses. Se pudesse voltar no tempo... O ex-craque da seleção deixou claro que se pudesse voltar no tempo não teria aceitado o cargo de coordenador técnico da seleção em 98. "Algo que me arrependo foi ter trabalhado com certas pessoas na Copa de 98. Mas tive de fazer isso para aprender. Fui acusado de ter cortado o Romário. Eu assumi sozinho. Mas não fiz isso. Se eu conhecesse aquelas pessoas mais de perto, eu teria dito não na época", concluiu.

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