Campeão olímpico pela Argentina em Atenas-2004, o treinador, em sua passagem pela redação do Estadão na terça-feira, comentou sobre os 10 anos da histórica conquista e afirmou que o Brasil tem condições de alcançar façanha similar, desde que promova uma mudança na estrutura.
Para Magnano, tudo começa na base. Os garotos precisam sentir orgulho de defender o país e, principalmente, ter ídolos em que possam se espelhar.
"Esses jogadores (campeões olímpicos) deixaram e deixam um legado que os garotos, hoje já alguns homens, absorvem como esponjas e continuam com isso para frente. Isso é o que enxergo", afirmou.
"Mas isso não é apenas na seleção principal, é uma escola que vem lá de baixo. Os jogadores que têm condições de chegar em uma seleção tem uma carga de comprometimento, uma carga emotiva... Deixamos de lado o aspecto tático, porque se você não é bom, não está na seleção. É um trabalho que tem um legado", completou.
Esse é o trabalho que Magnano tem procurado fazer com o basquete brasileiro. É um processo de conscientização e que pode culminar com uma "geração dourada" como aquela da Argentina.
"Não sei quais serão os resultados lá no final, mas estamos construindo o legado, construindo o trabalho, para que no futuro o basquete do Brasil tenha uma solidez de estrutura e, com isso, você terá sempre uma equipe competitiva", comentou.
"Dentro desta estrutura, você vai encontrar talento em algum momento e lutar pela medalha. Não dá para colocar 12 jogadores em um forno, tirá-los de lá e eles irem jogar pela medalha. São muitos anos de trabalho", reforçou.
Magnano citou os exemplos de Espanha e França, seleções com estrutura consolidada. Os espanhóis levaram o Mundial em 2006, duas vezes o europeu (2009 e 2011) e ainda conquistaram duas medalhas de prata olímpicas, em 2008 e 2012. Já os franceses, enfim, foram campeões europeus no ano passado.
"Não é impossível. Podemos fazer, mas não é fácil", comentou o argentino.