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Meninas do vôlei, as superpoderosas

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Por Alessandro Lucchetti , Paulo Favero , JAMIL CHADE , ENVIADOS ESPECIAIS e LONDRES
Atualização:

O sorriso amarelo da primeira fase deu lugar ao dourado da medalha conquistada em cima das norte-americanas, consideradas favoritas até pelos brasileiros. Mas se em outros momentos não deu a lógica, como no judô, futebol e vôlei de praia, por exemplo, desta vez a força de uma geração de meninas talentosas comandadas por um técnico vencedor, José Roberto Guimarães, agora com três ouros olímpicos, deu grande alegria ao País. Ontem, a seleção feminina de vôlei entrou para a história ao conquistar o bicampeonato olímpico, em Londres. Quis o destino que o adversário e o placar fossem os mesmos de quatro anos atrás: Estados Unidos e nova vitória por 3 sets a 1 (parciais de 11/25, 25 a 17, 25 a 20 e 25 a 17). Com a façanha, algumas jogadoras se juntam ao grupo de seis atletas que conquistaram dois ouros em Olimpíada: Adhemar Ferreira da Silva, do salto triplo, Giovane e Maurício, do vôlei, e os velejadores Marcelo Ferreira, Torben Grael e Robert Scheidt. Do elenco que venceu em Pequim estão em Londres Fabiana, Thaísa, Fabi, Jaqueline, Sheilla e Paula Pequeno. "Ainda não temos dimensão desse feito, vamos ver se não vão esquecer disso", afirma Sheilla. A equipe chegou nos Jogos de Londres pressionada, pois só conseguiu se classificar para a competição na disputa do Sul-Americano em São Carlos e não tinha feito um bom papel no Grand Prix. A pressão por ser o atual campeão olímpico também pesava nas costas das atletas, mas elas souberam dar a volta por cima, se superaram e venceram. "A gente foi bicampeã e isso serviu para calar a boca de muita gente", disse a levantadora Dani Lins. Campanha. A trajetória do Brasil na competição foi cheia de altos e baixos. A começar pela estreia insegura diante da Turquia e vitória apertada por 3 a 2. Depois, derrota para os Estados Unidos por 3 a 1 e na sequência novo resultado negativo: 3 a 0 para a Coreia do Sul. A equipe ainda mostrou poder de reação ao vencer a China por 3 a 2, mas foi para a última rodada da fase de grupos dependendo de outros resultados para se classificar. Só uma combinação deles levaria a equipe à fase de mata-mata. O que acabou acontecendo. Os Estados Unidos venceram a Turquia e o Brasil derrotou a Sérvia. Ao passar, logo de cara a equipe teria uma pedreira: a Rússia, primeiro lugar do Grupo A e time acostumado a eliminar o Brasil em competições importantes. Só que a vitória épica por 3 a 2 quebrou o estigma e levou o País para a semifinal. As meninas reverteram seis match points. Com o moral nas nuvens, passaram sem dificuldades pelo Japão, 3 a 0. Sentiam-se prontas para encarar a equipe que havia vencido todas as partidas em Londres, a dos Estados Unidos.Depois da derrota em Pequim, as norte-americanas tiveram uma fase de sucesso com as brasileiras, mas ontem perderam no jogo mais importante desse ciclo. "Eles fizeram quatro anos maravilhosos de preparação", confessa Sheilla. No primeiro set, o favoritismo do adversário foi sentido e as brasileiras não se encontraram na partida: perderam por 25 a 11. Mas a gana e um forte sentimento de superação contaminaram o elenco selando uma virada espetacular, histórica. "Só Deus pode explicar isso, acho que foi um milagre. Com o perdão da palavra, nós estávamos na m..., no fundo do poço. Mas viramos", afirma, emocionada, Adenizia. Nos três sets seguintes, o Brasil deu um show. Jaqueline fazia seus pontos, Thaísa bloqueava, Fabi defendia, Dani Lins era precisa nos levantamentos e os pontos foram se acumulando. No final, a alegria tomou conta da quadra e a torcida continuou entoando seu mantra: "Oh, o campeão voltou". VÔLEI FEMININO 1ª FASEBrasil 3 x 2 TurquiaEstados Unidos 3 x 1 BrasilBrasil 0 x 3 Coreia do SulBrasil 3 x 2 ChinaBrasil 3 x 0 SérviaQUARTAS DE FINALRússia 2 x 3 BrasilSEMIFINALBrasil 3 x 0 JapãoFINALEstados Unidos 1 x 3 Brasil

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