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Risco de falha no cronômetro da natação não preocupa empresa para Olimpíada

Prova de Gustavo Borges em 1992 'traumatizou' a todos no esporte

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Por Nathalia Garcia
Atualização:

A agonia de Gustavo Borges após a falha do cronômetro nos Jogos de Barcelona, em 1992, ainda está viva na memória de muitos brasileiros. Responsável pelo sistema de cronometragem da Olimpíada do Rio, a Omega destaca a evolução da tecnologia e garante que não tem a menor chance de o problema se repetir. Vale destacar que a empresa não realizou o trabalho naquela edição.

Quem explica o porquê da confiança é Peter Hurzeler, líder de projetos da Omega Timing. "Sem chance. Existem sempre três sistemas. O principal e o backup são independentes, cada cabo é separado. E temos um terceiro sistema, de câmeras. Uma câmera normal faz 25 fotos por segundo, nosso sistema faz 100 fotos por segundo. Você pode ver foto por foto e controlar exatamente o que está acontecendo", explica.

Os melhores nadadores do mundo competirão no Rio de Janeiro Foto: Matt Slocum/AP

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Cada bloco de largada é acompanhado de sensores, que medem o tempo de reação dos nadadores após o sinal de partida. Dentro da piscina, há uma "almofada de toque" por raia. O sistema permite que o tempo seja parado pelo próprio nadador. É o único esporte que dá essa liberdade ao esportista. Para interromper imediatamente o relógio, é preciso usar uma força de 1,5kg a 2,5kg no sensor. Além disso, as câmeras de alta velocidade registram as imagens e enviam para a sala de controle.

Hurzeler também não se preocupa com possíveis quedas de energia, como ocorreu durante o Troféu Maria Lenk, no Estádio Aquático Olímpico, disputa usada como evento-teste em abril. O especialista explica que o sistema de cronometragem é carregado por baterias e por uma fonte de alimentação ininterrupta (UPS). Ele recorda um episódio marcante ao longo de seus 40 anos de trabalho na empresa suíça.

"Em Cali, nos Jogos Pan-Americanos, era uma piscina aberta, um evento noturno, a energia elétrica deu pane e a única luz que sobrou foi do nosso painel de controle. E, nesse caso, eles não vão nadar porque vão interromper a competição", conta. A lembrança é de 1971.

Uma das novidades desenvolvidas pela empresa não será usada nos Jogos do Rio. A tecnologia já é suficiente para mostrar o tempo de cada competidor em tempo real em painéis no fundo da piscina, mas só o número de voltas será exibido. A adoção do sistema completo foi descartada para tornar a disputa mais "limpa".

"Estava discutindo com a Fina (Federação Internacional de Natação) e os técnicos, eles disseram que isso não era bom porque cada nadador poderia controlar se seu vizinho estava indo mais rápido ou mais lento. Não é uma corrida real, então, eu entendi", afirma Peter Hurzeler. No Rio, serão 335 placares de resultados para os atletas e 79 para o público.

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