A meta traçada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) era voltar de Astana com algo entre quatro e cinco medalhas, além de fazer pelo menos uma final no masculino. O objetivo ficou muito distante, mas o gestor de alto rendimento da entidade, Ney Wilson, evita fazer críticas à equipe.
"O Mundial é importante para avaliar o trabalho e definir os passos seguintes. Ainda temos 300 dias para trabalhar até os Jogos Olímpicos do Rio", disse ele brevemente à reportagem, por e-mail, numa escala da longa viagem que trará os brasileiros de volta ao País após a competição na Ásia.
Desde o ano passado, mas principalmente nesta temporada, a entidade cortou radicalmente o número de viagens para competições internacionais. Sequer do Masters, que reúne os 16 melhores de cada categoria, o Brasil quis participar. Ausentes no Circuito Mundial, os brasileiros despencaram no ranking e, em sua maioria, não chegaram a Astana como cabeças de chave do sorteio.
Sarah Menezes, por exemplo, caiu diante de uma semifinalista olímpica logo na estreia. Charles Chibana enfrentaria o então tricampeão mundial na segunda luta se não tivesse caído na primeira rodada.
Questionado se houve falha por parte da CBJ, Ney Wilson se esquivou: "Chegamos com quatro atletas como cabeças de chave. Mas mesmo os cabeças de chave caíram em quadrantes difíceis, como Mayra (Aguiar) e Kayla (Harrison, norte-americana), que ficaram no mesmo. Os números mostram que neste Mundial mais de 30% dos atletas que chegaram como cabeça de chave sequer chegaram ao pódio".
O dirigente da CBJ também evitou dizer se o planejamento visando dos Jogos Olímpicos será revisto depois da campanha no Mundial. "Na vitória ou na derrota, sempre fazemos análises do nosso trabalho e revemos o que não foi bom."
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