Demorou exatos 10 dias para os dirigentes começarem a agir para contornar a regra. Nesta sexta-feira, o Sindicato das Entidades de Administração do Desporto de São Paulo (Seadesp) publicou edital convocando para assembleia geral, no próximo dia 30. Na ordem do dia: "Alteração de cargos de diretoria para atender a nova norma do executivo municipal junto às entidades". A Seadesp, apesar do caráter sindical, na prática é uma organizadora de eventos de MMA.
Desde que, na quinta-feira, o Estadão publicou reportagem mostrando uma suposta rede de entidades que se beneficiaria desses convênios, cinco dirigentes já saíam da lista da diretoria da Seadesp, publicada no site da entidade. Marjó Couto (conselheira fiscal), Roberto Godoi (suplente de diretoria) e José Carlos Gomes Oliveira (vice-presidente) já deixaram a lista, além do diretor de assuntos escolares e um suplente do conselho fiscal. Todos comandam entidades que firmam regulares convênios com a prefeitura.
Por enquanto, seguem no cargo Edilson José de Moraes (conselheiro fiscal), Oswaldo Roman Espósito (conselheiro fiscal), Paulo Eduardo Dorsa Buitoni (suplente de diretoria), Marcio Goldnatel (conselheiro fiscal), Adilson Pereira Ramos (diretor) e Benedito Rodrigues Filho (1º secretário). Eles também têm entidades que recebem recursos municipais e devem sair.
O decreto assinado pelo secretário Celso Jatene (PTB) determina também um teto de R$ 500 mil por entidade por ano em convênios para eventos esportivos pontuais. Se a política municipal (e não apenas as normas) não mudarem, os mesmos dirigentes e as mesmas entidades continuarão beneficiadas. Só o comando delas, no papel, é que mudará.