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Pan 2011: Campeões mundiais aumentam o moral da equipe de boxe

Everton Lopes, David Lourenço e Roseli Feitosa entram como favoritos à conquista de medalha

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Por Redação
Atualização:

GUADALAJARA - O Brasil ficou 44 anos sem conquistar uma medalha de ouro no boxe dos

Jogos Pan-Americanos

, até Pedro Lima, o Peu, se sagrar campeão na categoria até 69 quilos (meio-médio), no Rio. Quatro anos depois, as perspectivas do

boxe

brasileiro melhoraram muito. As lutas terão início nesta sexta-feira, na Expo Guadalajara.

Dois campeões adultos dos Mundiais da Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador) fazem parte da equipe: Everton Lopes (ouro em Baku, neste mês) e Roseli Feitosa (campeã do Mundial de Barbados, em setembro do ano passado). Além dos dois, a equipe conta com David Lourenço da Costa, campeão do Mundial Juvenil de Baku no ano passado.

Os dois campeões mundiais adultos encontraram no boxe sua tábua de salvação para escapar de situação econômica bastante difícil. Everton foi peão de obras e lavador de carros. Ia fazer um teste para entrar nas categorias de base de futebol do Vitória quando viu seu conterrâneo e amigo Washington Luís Silva em ação no Pré-Olímpico de 2004.

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Prometeu à mãe que chegaria à seleção e aos jogos olímpicos. "Minha mãe me chamou de maluco no começo, mas depois me apoiou."

Em 2006, Everton, com 18 anos, já se destacou no Mundial Juvenil do Marrocos, alcançando a quinta colocação. No ano seguinte, mostrando um estilo muito bonito, com eficiente jogo de pernas, foi vice-campeão do Pan do Rio, parando apenas no cubano Yordenis Ugas.

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Agora campeão mundial, Everton chega com confiança redobrada na possibilidade de enfim conquistar seu título pan-americano. "A gente não pode colocar a confiança em cima de tudo, mas a inteligência", diz o garoto de 23 anos, já com a maturidade de um veterano. Ele diz que nem se surpreendeu com a consagração em Baku. "Estava acreditando no título desde a primeira luta, pelo trabalho que foi feito."

Telemarketing. Já Roseli chegou à glória por pura insistência. Ou teimosia. Ela quase abandonou o boxe, desanimada com uma lesão que a afastou temporariamente dos ringues. Sem ajuda de custo, teve de se virar para poder pagar as contas. "O meu marido estava desempregado. Aí arrumei um emprego de telemarketing. Trabalhei também como vendedora e recepcionista. Até entrega de folheto em semáforo eu já fiz", recorda a lutadora, que, curiosamente, foi campeã mundial no meio-pesado (até 81 quilos), fora de sua categoria, que é a médio (até 75 quilos).

O boxe é o caminho que Roseli escolheu pare tentar realizar o sonho de ser campeã olímpica. Ela jogava vôlei no Ypiranga, de São Paulo, como levantadora ou oposta, mas teve de deixar o esporte para trabalhar.

Ela se aproximou do ringue ao conhecer o marido, que é professor de muay-thai, o boxe tailandês. O caminho rumo ao ouro fica mais largo no boxe feminino porque Cuba, principal potência continental no masculino até hoje, não participa.

As autoridades esportivas cubanas não consideram que o boxe deva ser praticado por mulheres.

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