PUBLICIDADE

Publicidade

Presidente da Confederação de Handebol diz que saída de Morten foi decisão unilateral

Fora da seleção feminina, técnico dinamarquês prefere não alimentar polêmica

Por Nathalia Garcia e Paulo Favero
Atualização:

Com contrato válido com a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) até 31 de dezembro, o técnico dinamarquês Morten Soubak já anunciou que não continua no comando da seleção feminina de handebol para o próximo ciclo olímpico. E o presidente Manoel Luiz Oliveira garante: "Ele tomou uma decisão unilateral de que está fora." O treinador sabe que é um caminho sem volta nesse momento e prefere não alimentar mais a polêmica. "Eu não tenho mais nada a acrescentar porque cada dia vem uma versão diferente. Eu quero sair com o que importa mais para mim, que são os momentos incríveis que tive no Brasil, incluindo meu período no Pinheiros, então meu foco está agora no futuro", afirmou.

Último compromisso de Morten Soubak com a seleção foi o Torneio Quatro Nações Foto: Divulgação|Photo&Grafia

Após o Torneio Quatro Nações, em Belém, Morten alegou publicamente que não foi procurado pela entidade para estender o vínculo e deu seu trabalho por encerrado. Além de rebater a declaração, o dirigente da CBHb mostrou descontentamento com o posicionamento do treinador. "Eu não me senti confortável. É uma pessoa maravilhosa, mas creio que faltou um pouco de habilidade, para não dizer ética. Esses assuntos eram para serem tratados internamente", criticou. Não é a primeira vez que o presidente fica incomodado com as palavras do técnico. "Logo depois do Mundial da Dinamarca, ele deu declarações muito ruins sobre o handebol do Brasil. E agora de novo", afirmou. Na ocasião, o europeu disse que o handebol brasileiro havia piorado após o Mundial de 2013 (quando a seleção feminina foi campeã) e que faltava investimento dos clubes, das cidades e dos Estados no esporte. Manoel Oliveira alega que a negociação estava em andamento desde junho e que a chance de renovação com Morten Soubak era grande. Segundo ele, a proposta inicial consistia em um contrato de 1º de setembro de 2016 a 31 de agosto de 2017, com aumento salarial. Diante do cenário de incertezas com o patrocínio dos Correios, o presidente diz ter segurado o contrato.  Após os Jogos Olímpicos do Rio, Morten se reuniu com o dirigente na sede da entidade, em Aracaju, e ficou acertado um aditivo no contrato em vigência entre 1º de setembro e 31 de dezembro, com os mesmos valores do anterior. Em setembro, Manoel Oliveira conta ter enviado uma carta para as comissões técnicas agradecendo o trabalho realizado e afirmando que gostaria de contar com os profissionais para o futuro. O último encontro entre eles se deu em Belém durante o Torneio Quatro Nações. "Expliquei para toda a comissão técnica que a gente teria de esperar um pouco mais para tomar as decisões. Ele esteve comigo na reunião e não me disse que iria sair, que não tinha sido procurado", afirmou Manoel Oliveira. O dinarmarquês acha que sua saída acabou sendo consequência de uma série de coisas, mas prefere não detalhar. Ele até lamenta que tenha treinado o time em Belém em clima de despedida. "É claro que foi uma semana estranha. Foi intenso, porque todo mundo sabia durante a semana que seria difícil", comentou. De qualquer forma, ele não fecha as portas para um possível retorno no futuro. "Quem sabe. Meu carinho pelo País e coração brasileiro estão iguais. Tenho de agradecer a todo mundo que confiou no trabalho. A qualquer lugar que estive, sempre fui recebido com sorriso e braços abertos." Morten estava no comando da seleção brasileira feminina de handebol desde 2009 e levou o time ao ápice com o título mundial na Sérvia, em 2013. Para ele, a seleção tem tudo para continuar entre as melhores do mundo. "Eu não duvido do potencial dos talentos que o Brasil tem, e elas também não podem ter dúvidas disso. A equipe tem meninas novas que vão fazer de tudo para chegar bem na seleção adulta."  

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.