Juan Carlos Osorio usou o São Paulo nesses quatro meses, sem se preocupar com o futuro do time no Brasileirão 2015 e na Copa do Brasil. Desde que se decepcionou com os dirigentes do clube, o treinador colombiano passou a cogitar sua saída do País o mais rápido possível. Osorio descobriu tarde que não se pode levar a sério a gestão do futebol brasileiro.
Não por acaso, reforçou a tese de que seu sonho era dirigir uma seleção de ponta e disputar uma Copa do Mundo. Em nenhum momento resistiu ao assédio, diria sondagens, dos mexicanos. Sempre se colocou à disposição do México para assumir o time já no início da campanha das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, em novembro.
Sem cerimônia, bateu pesado nos dirigentes do São Paulo dizendo que não confiava em nenhum deles. E ainda desacreditou alguns jogadores, mostrando aos cartolas que eles não tinham nível para envergar a camisa tricolor. Osorio agiu como a maioria dos treinadores quando se desencantam com um clube ou são cotados a assumir um posto maior, com salários mais polpudos.
Durante esses quatro meses, mais criou atritos do que fez o time jogar. Se deixou levar pela crise dos resultados e desavenças no elenco ao impor o rodízio na escalação como norma. De inovador, criativo, como apregoavam os dirigentes, virou um técnico comum como muitos do Brasil.
Atolados na crise financeira e política que assola o clube, o presidente Carlos Miguel Aidar e o vice Atayade Guerreiro não tiveram coragem de demitir Osorio. Engoliram as críticas do treinador e seus métodos e rezaram implorando por vitórias no campo para encobrir o desmando.
O preço pode se alto, sob o risco de o São Paulo ficar sem a Copa do Brasil e não garantir vaga na Copa Libertadores. Acreditaram em Osorio e se estreparam.