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Opinião|Brasil passa vergonha contra outro rival africano enquanto aguarda Ancelotti; leia análise

Seleção pentacampeã encontra seu lugar no tabuleiro atual do futebol, com jogadores bons de discurso e comercial de TV; Ramon prova ser o que é no cargo: nada ainda

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Em qualquer situação, perder por quatro gols é vexatório para a seleção brasileira, mesmo sem técnico, sem Neymar, sem treino adequado. Apanhar de Senegal dá a exata dimensão e coloca o Brasil em seu lugar no tabuleiro do futebol atual. O penta é coisa do passado. Tudo o que veio antes dele também. O Brasil é uma lembrança dentro de campo. Um álbum de figurinhas guardado na estante.

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E agora sabe-se que não apenas os europeus assustam a seleção. Os africanos também aprenderam e gostaram de ganhar do Brasil. Foi assim na Copa do Mundo do Catar, quando o time de Tite perdeu para Camarões, e assim também em dois amistosos deste ano, diante de Marrocos e Senegal. A seleção não se dá mais ao respeito de sua história e glória.

Ramon provou-se ser o que ele é no cargo: nada ainda. Os jogadores se apresentaram em meio a um “não vale nada” e o desejo de alguns de mostrar serviço para continuar sendo chamado. Mas chamado por quem? Ramon deve voltar para o sub-20 em breve. Está passando vergonha. O Brasil aguarda por Ancelotti e até lá não se sabe o que vai virar o time nem para quem mais ele vai perder. Em breve começam as Eliminatórias.

Ramon Menezes ainda não sabe seu futuro e resultados frustrantes podem pesar na decisão da CBF. Foto: Patricia de Melo Moreira / AFP

Os jogos não valiam nada nem em Barcelona nem em Lisboa, mas é inegável que nem o torcedor mais desinteressado está indiferente a esse resultado. A derrota de 4 a 2 para os Senegal também mostrou um elenco desequilibrado, querendo transferir ao árbitro da partida o fracasso dentro de campo. Tinha jogador que queria brigar após o pênalti marcado no fim da disputa.

Está mais do que provado que esses atletas se entregam bem mais a seus clubes e bem menos para a seleção. Como a CBF vai mudar isso? Ninguém sabe. Não há planos nem medidas. O presidente Ednaldo Rodrigues parece ter boas intenções, mas comanda uma entidade amarrada com seu passado. Não há nem planos para saber se Neymar vai continuar no time, se ele quer ser novamente convocado.

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Esses jogadores são bons de discurso e de comercial na TV, mas cumprem tabela com a camisa do Brasil. Foi só um amistoso, nada vai mudar depois dele, mas cada vez mais a equipe nacional se afunda nesse futebol burocrático e sem vida dos últimos anos, de uma enganação generalizada do elenco, que ainda acredita que o Brasil vai acertar uma jogada brilhante e resolver os problemas da partida. Os fracassos nas Copas têm mostrado que não é mais assim. Se não trabalhar e se dedicar, não vai ganhar de ninguém.

A seleção é o nosso maior bem e atualmente tem sido a nossa maior tristeza. Dá pena ver esse time jogar.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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