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Opinião|Raphael Veiga pode ser o maior erro da segunda era de Tite na seleção brasileira

Meia do Palmeiras tem encantado os torcedores do time, e também de outros, com sua técnica e regularidade, além dos gols, como os dois que fez contra o Petrolero na goleada de 8 a 1, um que lembrou Zidane e outro que poderia ter a assinatura de Zico

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Raphael Veiga não é um cara badalado no futebol. É o que muitos chamam de um jogador comum. Esforçado e cumpridor de definições táticas. Só que não! Ele é muito mais do que isso. É o pensador das jogadas do Palmeiras, com inteligência e pensamento rápido acima da média. Enxerga o jogo, corre pelos espaços vazios, se desloca ou recua quando está bem marcado. E tem uma técnica natural, mas também aperfeiçoada ao longo dos anos. Mesmo assim, Raphael Veiga nunca foi chamado por Tite. Faz pelo menos duas temporadas que ele atua em bom nível, regular nota 7 nas partidas do Palmeiras, e mesmo assim a seleção brasileira nunca abriu suas portas para ele. Para o palmeirense, dana-se a seleção. Melhor ele ficar no time.

Só que não é bem assim na carreira de um jogador. Raphael Veiga e todos os atletas técnicos sonham com a seleção. Os meninos da base já falam em defender o Brasil antes mesmo de fazer alguma coisa boa pelos seus respectivos clubes. Veiga toca no assunto quando questionado pelos jornalistas. Nunca comentou das escolhas de Tite, ou das não escolhas do treinador. Não pede, mas não recusa. Está na sua, à espera do chamado. A bem da verdade é que a essa altura da Copa, Tite já tem seu time pronto, e também os reservas que pretende levar ao Catar. Chamá-lo agora seria apenas para dar uma satisfação ao torcedor, e Tite não precisa se dobrar a isso.

Rapahel Veiga é um dos destaques do Palmeiras nos últimos anos. Foto: Cesar Greco

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Raphael Veiga é feliz como está. No primeiro gol que fez contra o Petrolero na goleada de 8 a 1 pela Libertadores, nesta terça, nem ele acreditou no chute que pegou de primeira após cruzamento da direita. Vi Zidane fazendo algo igual. E olha que Zidane foi um dos melhores que vi jogar nos últimos 30 anos. Depois, não satisfeito, o meia palmeirense fez um gol de falta que poderia muito bem ter a assinatura de Zico. Foram dois golaços. E aqui tanto faz a fragilidade do rival da Bolívia ou não. Porque as jogadas tem muito mais a ver com categoria e técnica do que com qualquer outra coisa.

Raphael Veiga já tem 11 gols na Libertadores e vai superar Alex e Rony, que são os maiores goleadores da história do time, com 12. Rony chegou à marca nesta mesma partida no Allianz Parque. Veiga tem ainda nas cobranças de pênaltis um caminho para aumentar sua conta. A marca tem tudo para ser superada nesta edição.

O meia tem o carinho dos companheiros, a alegria da torcida, a confiança do treinador e o respeito de todos nós, palmeirenses ou não. Porque ninguém fica indiferente a dois golaços como os que fez diante do Petrolero. Ele pode ser o maior erro da segunda era Tite no comando da seleção brasileira. Azar do Brasil. Azar de Tite.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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