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BMW defende ordens de equipe na Williams

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Williams, que perdeu para a McLaren o motor Honda por não adotar ordens de equipe no Mundial de 1986, pode rever sua postura histórica de não interferir na disputa dos pilotos nas quatro etapas que restam para o fim da temporada de 2003. Afinal, Juan Pablo Montoya está melhor colocado do que Ralf Schumacher, com mais chances de tirar o título de Michael Schumacher. Mario Theissen, diretor da BMW, fornecedora de motor e patrocinadora da Williams, afirmou que será muito difícil competir com dois carros lutando pela vitória. "Acho que precisamos sentar e analisar a situação. Temos chances nos dois campeonatos e certamente Frank Williams terá de pensar nisso." Theissen, que é alemão, defende a concentração de esforços no piloto mais bem colocado de seu time, Juan Pablo Montoya, em detrimento do também alemão Ralf Schumacher. O colombiano, segundo colocado, tem 65 pontos, apenas seis a menos de Michael Schumacher, da Ferrari, enquanto Ralf é o quarto, com 53. Além disso, na próxima corrida do calendário, o GP da Hungria, onde é muito difícil ultrapassar, Ralf perderá dez posições no grid se a punição imposta no GP da Alemanha, domingo, for reconfirmada pelo Tribunal de Apelação da FIA, dia 19, quando será julgado o recurso da Williams. Gerhard Berger, outro diretor da BMW, já vinha afirmando a respeito de Montoya e Ralf competirem livremente: "É ótimo para o Mundial de Construtores, mas um desastre para o Mundial de Pilotos." Frank Williams e Patrick Head, os sócios da Williams, têm como política permitir que seus pilotos decidam na pista quem será o vencedor. Nelson Piquet e Nigel Mansell, ambos da Williams, digladiaram entre si em 1986 e, na última etapa (Austrália), o piloto com menos possibilidades, Alain Prost, da McLaren, levou o título. A Honda, fornecedora do melhor motor da época, cumpriu o contrato com a Williams em 1987, mas a partir de 1988 associou-se à McLaren, como prova do seu descontentamento com a postura de Williams e Head. Agora, com a maior participação da BMW nas decisões da equipe, é possível que Montoya receba a maior parte das atenções do time. Assim, o carro reserva poderá ser de Montoya nas provas da Hungria, Itália, Estados Unidos e Japão, e Ralf talvez se encarregue, nas sextas-feiras, de experimentar os diferentes tipos de pneus colocados à disposição dos dois, ou mesmo adote ajuste bastante distinto ao do colombiano, a fim de verificar o comportamento do chassi. Tudo com o objetivo de levantar dados que possam permitir o colombiano ter um carro bem eficiente. Já a troca de posição entre os dois, na pista, pode implicar problemas para a Williams. Depois das marmeladas da Ferrari, ano passado, a FIA proibiu oficialmente os jogos de equipe. Mas, dependendo da forma como os pilotos agirem, é possível que não sugira desrespeito ao regulamento. Se Frank Williams e Patrick Head irão concordar com a direção da BMW é, desde já, uma das muitas atrações do GP da Hungria, dia 24 em Budapeste.

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